Com 4T21 positivo, Vibra (VBBR3) analistas veem crescimento em 2022 e recomendam compra
A Vibra (VBBR3) divulgou na noite de terça-feira (22) seu balanço do quarto trimestre de 2021 (4T21). Analistas do mercado consideraram o resultado positivo e detalharam o que julgaram como promissor no balanço da empresa.
O BB Investimentos enxerga o 4T21 da Vibra como um resultado recorde e sinalização de boas perspectivas.
Ainda que a Vibra tenha apresentado uma redução nos volumes vendidos de outubro a dezembro, de -3% ante o 4T20 e -3,4%. quando comparado ao trimestre imediatamente anterior, “as elevadas margens de comercialização e o Ebitda 17% superior ao consenso de mercado nos fazem entender este como um trimestre positivo”.
O banco de investimentos aponta que um dos principais avanços para a companhia em 2021 foi a forte evolução financeira, com o Ebitda de R$ 4,9 bilhões, sendo um aumento de 31% no ano a ano.
Outro ponto positivo foi o crescimento do lucro líquido anual, alcançando R$ 2,5 bilhões, ou seja, +35% na comparação com 2020, “excluído o efeito não recorrente da remensuração do passivo atuarial feita em 2020 – e estratégica – aquisição de participação na Comerc, parceria em conveniência com as Lojas Americanas, parceria para trading de etanol com a Coopersucar, acordo com a Zeg Biogás para produção de biometano a partir da vinhaça, entre outros”.
Na opinião dos analistas do BB Investimentos, a companhia encontrou equilíbrio entre o market share e as margens de comercialização, o que permite que a Vibra mantenha a liderança do mercado, ainda que o segmento não estar reagindo rapidamente.
“A companhia ainda tem potencial de crescimento adicional (em relação às nossas projeções) com os futuros resultados advindos da atuação nos segmentos de comercialização, prestação de serviços e geração de energia renovável”, diz o texto.
O BB Investimentos mantém o viés otimista para o papel, com recomendação de compra e preço alvo de R$ 32,00 para 2022.
Banco Safra vê positivamente o resultado de Vibra
Na opinião do Banco Safra, a Vibra apresentou bons resultados no 4T21, “impulsionados por maiores margens médias de vendas e maiores ganhos nos estoques de produtos devido ao aumento dos preços dos produtos”.
A receita líquida ficou em linha com a estimativa do banco, devido os preços acima do esperado foram compensados por menores volumes. Ainda, os custos abaixo do previsto levaram o Ebitda ajustado a superar as projeções em 23%, alcançando R$ 1,6 bilhões. O valor equivale a R$ 163/m³, +40% vs. 3T21, sendo R$ 25/m³ referente ao impacto de maiores preços nos estoques e hedge.
“Os resultados da Vibra se beneficiaram não apenas do ambiente de preços favorável durante o trimestre, mas também das eficiências de custos e despesas alcançadas nos últimos anos”, aponta o relatório.
A dívida líquida encerrou o trimestre em R$ 10,1 bilhões, acima dos R$ 8,2 bilhões na comparação do trimestre imediatamente anterior, o que reflete principalmente a dívida pela aquisição da Comerc, pagamentos de dividendos e recompra de ações.
O Banco Safra recomenda a compra das ações da Vibra, no preço alvo de R$ 25,90. Além disso, o banco elencou uma série de lados positivos e negativos sobre o investimento:
Vale a pena investir?
- É a maior empresa do ramo de distribuição de combustíveis no Brasil;
- A administração está focada principalmente em três pilares: Espaço para aprimoramento operacional, redução de custos e recuperação de participação de mercado.
Quais os riscos ao investir?
- O setor é altamente sensível à economia e podem haver mudanças nos impostos;
- Impacto negativo de questões ambientais que não sejam reconhecidas no balanço: “A companhia ainda tem potencial de crescimento adicional (em relação às nossas projeções) com os futuros resultados advindos da atuação nos segmentos de comercialização, prestação de serviços e geração de energia renovável”, diz o texto.
Guide acredita que o cenário ainda é desafiador, mas números estão acima da expectativa
Para a Guide Investimentos, o impacto do resultado da Vibra é marginalmente positivo. Mesmo com o cenário desafiador e os impactos da nova variante de Covid-19 no 4T21, os números vieram acima da expectativa, mantendo a posição de líder de mercado com aproximadamente 30% de market share.
A Guide destaca que o endividamento líquido, que foi de R$ 10,1 bilhões, aumentou R$ 1,9 bilhão pela aquisição de debêntures conversíveis em ações da Comerc (R$ 2 bilhões) no 4T21. Alavancagem de 2,0x ao final do período.
“O aumento do endividamento já era esperado em virtude da aquisição da Comerc, o que à época vimos com bons olhos, por ser um dos primeiros passos para a empresa deixar de ser uma empresa voltada a distribuição de combustíveis, e tornar-se uma empresa de energia de fato”, disse Rodrigo Crespi, analista da Guide, em relatório.
Cotação da Vibra
As ações da Vibra operam em leve alta de 0,12%, a R$ 24,09, às 16h50.