Via (VVAR3): resultado trimestral não anima, mas analistas mantêm otimismo

Os resultados da Via (VVAR3) do segundo trimestre, divulgados na quarta-feira, não animaram o mercado. Mesmo com o forte desempenho do marketplace, o Ebitda ficou pressionado por maiores despesas operacionais.

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Com isso, a varejista encerrou o último pregão em queda de 7,30%, negociada a R$ 12,07. Hoje, as ações abriram em leve alta de 0,4%. Os especialistas apontam que os dados trimestrais da Via apresentaram um crescimento sólido, mas com uma rentabilidade menor.

Portanto, o foco do mercado está no futuro da varejista, com as iniciativas que devem contribuir para a geração de valor no longo prazo, como novidades na área de logística no quarto trimestre deste ano e a licença do Banco Central para banQi.

Banqi e logística no centro das atenções

Com a concorrência acirrada do e-commerce, principalmente com players como Magazine Luiza (MGLU3) e Mercado Livre (MELI34), a Via tem apostado na digitalização.

Em meados de junho, a empresa informou que planeja ser um hub de logística para vendedores de marketplaces concorrentes. A companhia irá oferecer o serviço completo: desde a consulta no ponto de vendas até a entrega de um produto ao cliente, conhecido como fulfillment.

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Além dessa iniciativa, a Via tem apostado também em seu banco digital, o banQi que recebeu aval do Banco Central para atuar como instituição financeira oferecendo empréstimos. A meta é atingir R$ 16 bilhões em crédito pessoal.

“A Via destacou diversas iniciativas e indicadores no seu release de resultados, que, ao nosso ver, estão na direção correta e devem contribuir para a continuidade do crescimento e geração de valor no longo prazo“, informou o relatório da XP Investimentos que tem a recomendação neutra com preço-alvo de R$ 20.

Banco do Brasil vê melhora da Via no longo prazo

A expectativa do Banco do Brasil (BBAS3) também é focada no longo prazo, isso porque o crescimento de vendas no marketplace no segundo trimestre foram vistas com bons olhos mas hoje as margens estão um pouco mais robustas.

“Acreditamos que, ao longo dos próximos trimestres, a alavancagem operacional será gradualmente recomposta, refletindo em ganho de rentabilidade.” A recomendação da BB é de compra com preço-alvo em R$ 18,50.

Assim também é a análise do Itaú BBA que recomenda a compra com preço-alvo a R$ 16,50 por ação.

Na análise do banco, o sólido crescimento de volume bruto de vendas (GMV) de R$ 11,4 bilhões destaca os esforços da empresa para aprimorar sua operação no digital, mas o retorno de lojas físicas não foi capaz de compensar o aumento dos investimentos, resultando em uma margem Ebitda menor do que esperado.

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Portanto, a expectativa é que no futuro, por meio das novas iniciativas, a Via se destaque entre seus pares digitais. “Esperamos que o forte crescimento online da Via, ganhos de participação de mercado online e melhorias no KPI (indicador de desempenho) sejam os destaques porque posicionam a empresa mais perto de seus pares digitais.”

Apesar das apostas dos especialistas estarem no futuro da empresa, há também a cautela de que a mudança de posicionamento pode ocasionar uma volatilidade para as ações no curto prazo. “No entanto, um ambiente mais competitivo e uma mudança de posicionamento para a retomada da economia com a aceleração podem trazer volatilidade para as ações do setor no curto prazo”, concluiu a XP.

Via cresce no online e dobra o lucro líquido no 2T21, para R$ 132 milhões

O lucro líquido da Via alcançou R$ 132 milhões no segundo trimestre de 2021, um crescimento de 103,1% ante o mesmo período de 2020, quando reportou R$ 65 milhões. A companhia atribui boa parte desse resultado ao crescimento das vendas online.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Via foi de R$ 485 milhões entre abril e junho, com margem de 6,2%, resultados, respectivamente, 54,4% e 0,2 ponto percentual superiores ao segundo trimestre do ano passado.

A receita bruta consolidada apresentou crescimento de 44,5% na base anualizada, para R$ 9,3 bilhões, impulsionada pelo desempenho das vendas online e a reabertura das lojas físicas, reflexo parcial das restrições de funcionamento relacionados à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

O Volume Bruto de Mercadoria (GMV, na sigla em inglês) da Via expandiu 51%, a R$ 11,4 bilhões. Desse total,  as vendas digitais representaram 65%. Os números são resultado do desempenho online e da evolução de 85% das vendas no marketplace, que chegaram a R$ 1,7 bilhão. No 1p, o GMV cresceu 7%, para R$ 4,7 bilhões.

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Poliana Santos

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