Apesar de manter algum otimismo após a divulgação do Plano de Transformação do Grupo Casas Bahia, novo nome da Via (VIIA3), analistas do BB Investimentos decidiram rebaixar a recomendação da companhia.
Os especialistas cortaram o preço-alvo das ações da Via de R$ 2,30 para R$ 1,40, e rebaixaram a recomendação para neutra.
“Entendemos que, no último mês, as ações do Grupo Casas Bahia passaram por momentos bastante desafiadores”, diz o BB Investimentos.
“Em nosso último relatório, referente ao resultado do 2T23, comentamos que, apesar dos números fracos, a divulgação de um plano de transformação de 2 anos tendo como prioridades a geração de caixa e melhoria da rentabilidade poderia ser um catalisador de resultados mais construtivos já nos próximos trimestres, razão pela qual elevamos nossa recomendação para compra naquela ocasião”, segue.
Desde o fim de agosto, as ações VIIA3 somam retração de 56%. Em uma janela maior, de 12 meses, os papéis mostram retração de 77%. Nesta segunda, as ações da varejista caíram 3,94%, a R$ 0,73%.
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Um dos principais catalisadores para essa retração foi a recente decisão da empresa de realizar uma emissão de bilhões de papéis – já precificados a R$ 0,80, patamar abaixo do preço de fechamento da véspera do anúncio da operação ao mercado.
“Pesou sobre a nossa decisão de rebaixamento da recomendação o fato de a administração da companhia prosseguir com uma oferta que precificou suas ações a R$ 0,80, desconto de 30% sobre o preço de fechamento do dia da precificação (13/09) e 57% abaixo do preço em 11/08, transmitindo uma mensagem negativa aos minoritários, em nossa visão”, dizem os analistas.
“Com esse movimento, a companhia chancelou um novo patamar de preço para suas ações e sinalizou aos investidores a necessidade de captação de recursos ‘a qualquer preço’ ao invés de aguardar até que o mercado pudesse vislumbrar os primeiros sinais positivos decorrentes do plano de transformação”, explicam os estrategistas do BB-BI.
“Observamos medidas tomadas pela companhia que pressionaram o desempenho das ações, em especial no que se refere à oferta pública de ações (778.649.283 ações), precedida da necessidade de convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para deliberar acerca da alteração do capital autorizado para até 3 bilhões de ações ordinárias“, diz o BB-BI.
“Esse movimento implicou em uma queda de cerca de 35% do preço das ações entre o dia 05/09 e 11/08. Ao nosso ver, essa queda refletiu a preocupação dos investidores com a iniciativa da companhia em captar recursos em um momento delicado em que, apesar da boa recepção do plano de transformação, ainda é incipiente para observar melhoras concretas decorrentes dos projetos ora em curso”, completa.
“Optamos por rebaixar nossa recomendação para neutra, mesmo diante do alto potencial de valorização entre o preço corrente e nosso preço-alvo para o final de 2024, por entendemos que o destravamento de valor ocorrerá somente após avanços no plano de transformação, sendo esperados resultados pressionados no 2S23 em decorrência das despesas não recorrentes relacionadas às iniciativas de
redução de pessoal e fechamento de lojas, por exemplo”, acrescentam analistas do BB-BI.
“Monitoraremos os resultados dos próximos trimestres, bem como o equilíbrio da relação risco-retorno – que hoje se encontra em patamar desfavorável para os nossos investidores – para revisitar as
premissas atribuídas à nossa recomendação atual.”
Além disso, a casa destaca que nesse mesmo período, logo após o lançamento da oferta pública, a agência Standard & Poor’s rebaixou o rating corporativo e o rating de um CRI da companhia, o que adicionou pressão à oferta em andamento.
Via mudará de nome
A partir desta quarta-feira (20), a Via terá uma alteração relevante. A companhia passará a se chamar Grupo Casas Bahia, demonstrando os esforços da nova gestão em focar no ‘core’ da empresa nas suas decisões.
Com isso, as ações da Via serão negociadas sob o ticker BHIA3.