A Via (VIIA3) informou nesta segunda-feira (14) que realizou um acordo de transferência de créditos tributários de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cuja monetização soma R$ 300 milhões.
Em menos de 3 meses, desde o início da monetizações, a Via já monetizou R$ 500 milhões em créditos fiscais, sem levar em consideração os pequenos deságios praticados neste tipo de operação.
A monetização de impostos é uma estratégia da Via para pagar as despesas com os processos trabalhistas, em que a companhia monetiza e incorpora os valores para pagar diretamente os processos. Tal estratégia foi mencionada no balanço do quarto trimestre de 2021, assim como o terceiro trimestre do mesmo ano. A empresa informa que houve monetização de impostos na ordem de R$ 1,6 bilhão em 2021, com destravamento de liquidez que “foi mais do que suficiente para compensar os desembolsos das despesas trabalhistas”, conforme o balanço financeiro da Via.
“Dessa forma, além da monetização recorrente em andamento, em menos de 3 meses deste exercício social a companhia já monetizou R$ 500 milhões de reais em créditos fiscais, sem levar em consideração os pequenos deságios praticados neste tipo de operação”, afirmou a Via, em nota.
De acordo com fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o impacto esperado com a transação no fluxo de caixa e resultados será apropriado ao longo dos próximos 18 meses.
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Via (VIIA3) revela estratégia para superar “tempestade perfeita” do cenário macro
O mercado projetava prejuízo na ordem de R$ 100 milhões para a Via (VIIA3) nos resultados do 4T21. A varejista surpreendeu e entregou um lucro contábil de R$ 29 milhões – pequeno, mas ainda lucro. Só não foi o suficiente para agradar os especialistas.
De olho no cenário macro duro, que prejudica os negócios da empresa por diminuir o poder de compra dos consumidores, as ações da Via caem mais de 6% no pregão desta quinta-feira (10), avaliadas em quase R$ 3,00.
Em teleconferência com analistas, realizada hoje, o CEO da Via, Roberto Fulcherberguer, afugentou preocupações maiores com a perspectiva de deterioração econômica do País. Para ele, a Via está bem posicionada e tem diferenciais frente à concorrência para superar esse momento: os serviços financeiros do banQi, por exemplo, com destaque para as operações de crédito.
O banQi opera com empréstimo pessoal, cartão de crédito e carnê, além de outros serviços como benefícios no e-commerce e recargas. “Nenhum outro player tem tanta autoridade, vocação e experiência para oferecer crédito quanto a Via”, diz o balanço financeiro da empresa.
A carteira de crédito da empresa cresceu 10% na comparação anual do 4T21, para R$ 5 bilhões. Em empréstimo pessoal, que é uma modalidade nova, o banQi somou 93 mil contratos, com uma produção de R$ 159 milhões. Já os carnês – clássicos das Casas Bahia – registraram R$ 913 milhões em pagamentos.
O próximo passo da Via é estender os serviços de crédito do banQi para terceiros, Fulcherberguer acredita no crescimento e rentabilidade da carteira por meio desse próximo passo.
“Nossa expertise em dar crédito via crediário segue como uma ferramenta para o aumento de rentabilidade no canal online próprio do 1P e agora também no 3P, para terceiros. É um serviço que oferece oportunidade de compras online, principalmente para a população que não tem acesso a crédito”.