As ações ordinárias da Via (VIIA3) avançaram nesta terça-feira (6), em linha com construtoras, aéreas e do setor de educação, que também foram impulsionadas pela divulgação do IGP-DI de maio.
Os papéis ordinários de Via (VIIA3) terminaram o dia em alta de 6,64%, a R$ 2,41. Neste contexto, outras empresas também subiram em bloco. Confira:
- Locaweb (LWSA3): alta de 10,15%, aos R$ 9,01;
- Azul (AZUL4): alta de 10,50%, aos R$ 20,20;
- Gol (GOLL4): alta de 8,69%, aos R$ 9,76;
- MRV (MRVE3): alta de 8,35%, aos R$ 11,81;
- Yduqs (YDUQ3): alta de 5,16%, aos R$ 16,11;
E por que esse movimento ocorreu?
Segundo Cristiane Fensterseifer, analista de investimentos do site Investe10, o movimento ocorreu não apenas com empresas do varejo, mas com outras companhias de beta alto, como as citadas anteriormente.
O Índice Beta tem o objetivo de mensurar a sensibilidade de um ativo em comparação com o índice referência do mercado. Assim, se o índice referência para aquele setor sobe, a ação também acompanha esse crescimento, e vice-versa. “Essas empresas fecharam em forte alta hoje pela queda dos juros futuros, devido à deflação do IGP-DI de maio bem maior do que o esperado”, destacou.
O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) teve deflação de 2,33% no mês de maio, ante -1,01% em abril, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre).
Para Iago Souza, analista de varejo da Genial Investimentos, o varejo era um setor que estava “largado” na Bolsa, mas a retomada de fluxo institucional tem trazido uma reação positiva para os papéis. “Questões como inflação, tanto IPCA e IGP-DI, que têm performado abaixo do esperado, sinalizam que o Banco Central pode ter espaço pra baixar juros ainda neste ano”, disse.
Ainda segundo Souza, Assaí (ASAI3) e Carrefour Brasil (CRFB3), por exemplo, que são empresas consideradas sólidas mas que estão sofrendo com uma maior despesa financeira, acabam ganhando fôlego neste contexto.
“Para o Assaí, tem o ponto do Casino. A gente já esperava uma última tranche de vendas após o término de lock-up da última oferta, e hoje saiu a notícia de que os bancos estão estudando o apetite pra esse block trade. Essa terceira tranche já estava batendo na tese desde a última venda, em março desse ano. Sendo concluída, é menos um empecilho no fluxo para o papel e mercado antecipa isso”, acrescentou.
Aéreas dispararam no Ibovespa nesta terça. O que explica?
Nesta terça-feira (6), os analistas do Citi elevaram o preço-alvo para as ações da Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) negociadas na Bolsa de Nova York (Nyse), o que fez com que os papéis das duas empresas disparassem.
Os analistas Stephen Trent, Filipe Nielsen e Jay Singh elevaram o preço-alvo para os ADRs da Azul de US$ 17,00 para US$ 20,50 e os da Gol de US$ 6,75 para US$ 7,75. Em ambos os casos, eles reiteraram a recomendação de compra.
No relatório, a equipe do Citi ressaltou que a demanda por passagens das companhias aéreas brasileiras continua em crescimento, além da receita por assento, que permanece próxima a níveis recorde. Os analistas enxergam, ainda, que as pressões cambiais e os custos com combustíveis parecem estar diminuindo.
Ainda no relatório, o banco alertou para a alavancagem financeira das companhias, o que pode ser um gatilho importante para as ações, caso as empresas não consigam avançar nos planos de redução de dívida.
Via (VIIA3) fechou o 1T23 com prejuízo de R$ 297 milhões; empresa faz emissão bilionária de debêntures
A Via (VIIA3) fechou mais um trimestre com um prejuízo milionário nas mãos. Segundo informações divulgadas nesta quinta (4), a operação da “mãe” da Casas Bahia começou o ano com um número negativo de R$ 297 milhões. Na 1T22, a varejista tinha anotado lucro de R$ 18 milhões.
Além disso, a empresa informou ao mercado que fará uma emissão bilionária de debêntures.
De acordo com o balanço da Via do 1T23, os principais números desse período foram:
- Receita líquida da Via: R$ 7,354 bilhões, queda de 0,6% ante 1T22;
- Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado: R$ 675 milhões, alta de 0,2% ante 1T22;
- Resultado líquido: prejuízo de R$ 297 milhões; no 1T22, empresa registrou lucro líquido de 18 milhões.
“O prejuízo líquido foi de R$ 297 milhões e margem líquida de – 4,0% no trimestre, com recuo de
4,2 p.p frente ao 1T22. Os ajustes não recorrentes relacionados à atualização dos processos trabalhistas
(legado) foram de R$ 80 milhões no trimestre refletindo num prejuízo líquido operacional de R$ 217
milhões”, ressaltou a companhia no informe ao mercado.
O resultado financeiro da Via foi negativo em R$ 827 milhões, 5,4 pontos porcentuais maior como porcentual da receita líquida, em razão, principalmente, do aumento da taxa Selic e maior desconto de recebíveis de cartão de crédito.
A margem bruta foi de 32,1%, com alta de 1,4 p.p. e a margem Ebitda ficou em 9,2%, alta de 0,1p.p. A empresa credita os ganhos de rentabilidade, entre outros fatores, ao aumento da participação do carnê na venda da loja e à maior produtividade de vendas por vendedor.
A Via apresentou dívida líquida ajustada de R$ 500 milhões e patrimônio líquido de R$ 5 bilhões, com índices de alavancagem em patamares inferiores aos covenants financeiros. A Via terminou o trimestre com posição de caixa, incluindo recebíveis de cartão, de R$ 3,5 bilhões.