O setor de varejo sofreu em 2022 com os danos na pandemia, a guerra entre Rússia e Ucrânia, a inflação crescente e a possibilidade da desaceleração da economia global. Porém, na perspectiva do BTG Pactual (BPAC11), empresas como Via (VIIA3), Magazine Luiza (MGLU3) e Americanas (AMER3) podem vir com melhores margens operacionais do que o esperado nos resultados do segundo trimestre de 2022.
Com as empresas tomando iniciativas para preservar a rentabilidade em meio ao cenário inflacionário, os maiores custos de captação devem impactar o resultado consolidado do setor, acreditam os analistas.
“E, assim como nos trimestres anteriores, a recuperação da atividade econômica deve permanecer desigual à medida em que a economia global (e brasileira) reabre, ainda impulsionada por uma poupança maior, especialmente entre as famílias de renda mais alta”, diz o relatório.
Para empresas de e-commerce como a Via, os analistas do BTG Pactual estão com projeções mais conservadoras, apesar dos esforços da empresa para otimizar as margens.
A previsão é de que o 2T22 continue a mostrar inflexão nos fundamentos das companhias do setor. O BTG espera alta de 69% na receita líquida em comparação ao 2T19 e +19% ante o mesmo período do ano passado, crescimento de 22% no Ebitda no ano a ano pela otimização de custos, e resultados impactados por taxas de juros mais altas.
Sobre a receita líquida, é esperado algo similar ao primeiro trimestre deste ano, principalmente para varejistas com lojas físicas, que foram mais fracas devido ao aumento de casos de Covid e de restrições no período.
“Assim como nos trimestres anteriores, a recuperação deve ser desigual entre os segmentos”, disse o BTG.
A XP Investimentos tem uma visão menos otimista sobre o setor. Especificamente com a Via, os analistas esperam que a companhia reporte resultados fracos novamente, “uma vez que a deterioração macroeconômica continua a impactar a demanda pela categoria de bens duráveis”, conforme relatório.
Os analistas da XP esperam que o GMV total caia 4% na comparação anual, mesmo com a melhor performance das lojas físicas, com o SSS (Vendas Mesmas Lojas) subindo 9,5% no período. Na visão da XP, não foi o suficiente para compensar o desempenho enfraquecido do canal online da Via, “com o GMV em -20% a/a”.
Sobre a rentabilidade da Via, a projeção é de uma margem bruta estável, com queda de 0,1 ponto percentual sobre o igual período de 2021, com melhora na margem Ebitda, de +2,3 p.p sobre o 2T21, com a redução de despesas gerais e administrativas.
“Por fim, esperamos um prejuízo líquido de R$ 131 milhões, com maiores despesas financeiras“, aponta o relatório.
Cotação da Via
A ação da Via fechou em em alta de 0,77%, a R$ 2,63.
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