A Via (VIIA3), dona da Casas Bahia e do Ponto, vem enfrentando tempos difíceis na bolsa de valores brasileira. O cenário adverso ocorre em meio a problemas macroeconômicos no país. Por isso, há investidores que se perguntam se a varejista tem chances de se recuperar em 2023.
A Via é a maior empresa de varejo onmicanal de eletroeletrônicos, eletrodomésticos e móveis do país.
A empresa se conecta com mais de 97 milhões de clientes por meio da plataforma digital da Via — seja nas lojas físicas, fintech, e-commerce e logística —, com as marcas Casas Bahia, Ponto, Extra.com, banQi e ASAPLog.
No marketplace da Via, a empresa disponibiliza diversos produtos de mais de 135 mil parceiros (sellers) em todos os seus canais, assim como soluções e serviços logísticos como transporte, fulfillment e fullcommerce para parceiros e sellers.
A companhia ainda possui uma conta digital, pela fintech banQi, com soluções para o cotidiano dos clientes da Via.
Perspectivas para a Via em 2023
Ao Suno Notícias, o analista da Inv, João Abdouni, afirma serem difíceis as perspectivas para o varejo — principalmente para o varejo de eletroeletrônicos, que vendem produtos em muitas parcelas.
A taxa básica de juros da economia, a Selic, está em 13,75% ao ano, maior patamar nos últimos seis anos. Quando a taxa de juros está elevada, fica mais caro tomar empréstimos e financiamentos, por exemplo.
Sobre as perspectivas para a Via em 2023, o analista da Inv acredita que a varejista tem o cenário ainda mais desafiador em relação ao Magazine Luíza (MGLU3). Segundo Abdouni, o Magalu opera melhor do que a Via.
“A Via, além de todas as dificuldades que a Magazine Luiza enfrenta, tem dificuldade operacional de fazer um ‘turnaround’”, comenta.
Abdouni observa: “A Via não tem um balanço sólido como o do Magazine. Ela tem problemas, muitas vezes, contábeis, de reapresentação de balanço, questões de estocagem, ou ainda nos cartões de crédito, para serem resolvidas”.
Diante disso, o analista afirma que a varejista passa por “um desafio a mais, o interno, além do macro”.
Caso as curvas de juros estejam corretas, Abdouni acredita que o próximo ano será bastante atribulado para as companhias. Por fim, o analista da Inv comenta que não há recomendação de compra para a Via.
Os analistas da Terra Investimentos, Régis Chinchila e Luis Novaes, em entrevista ao Suno Notícias, acreditam que a Via enfrentará os mesmos problemas que terão o varejo e o setor de consumo em geral: a inflação e a taxa de juros.
Os especialistas preveem que as margens da Via devem seguir pressionadas — diante dos custos maiores e do faturamento menor.
Perspectivas para as ações da varejista
A equipe de análise da Terra Investimentos acredita que, assim como o Magazine Luiza, o desempenho das ações da Via na bolsa de valores “depende de aspectos econômicos, além dos resultados, mas, como a perspectiva é ruim, é improvável que a Via tenha esse movimento de alta”.
Os analistas da Terra Investimentos afirmam que as condições para 2023 “indicam que há alternativas melhores no mercado, seja no próprio varejo, com o varejo alimentar, com foco maior em baixa renda, ou no varejo de vestuário, com foco em alta renda, que não sentiria o impacto da situação econômica”.
No terceiro trimestre, a Via reportou um prejuízo líquido de R$ 203 milhões. De forma geral, os analistas da XP Investimentos, em relatório, consideraram os resultados da varejista como “fracos”.
A casa lembrou as vendas em desaceleração, rentabilidade pressionada e R$ 1,2 bilhão em queima de caixa. Em meio a isso, ao responder se vale a pena investir na Via, a XP manteve sua recomendação “neutra” para as ações da varejista, com preço-alvo de R$ 3.
Em relatório, a Genial Investimentos aponta que, entre as varejistas, o Magazine Luiza teve os melhores resultados do 3T22, enquanto Via e Americanas (AMER3) reportaram desempenho abaixo do previsto.
“Enxergamos que, dentro de suas limitações, a Via tem caminhado para uma rentabilização de suas operações. Com uma estrutura de custos e despesas mais enxutas, a varejista mostrou mais um trimestre de forte recomposição operacional”, comentaram os analistas.
A Genial Investimentos apresentou recomendação de “manter” para as ações da Via, com preço-alvo de R$ 4,80.
Como investir nas ações da Via?
Para investir na Via, ou em outras companhias listadas na bolsa de valores brasileira, é preciso abrir conta em alguma corretora de valores autorizada a operar no país.
Após isso, o cidadão deve transferir valores para a conta dessa corretora. Por meio destas quantias, será possível comprar as ações da Via.
Em seguida, o investidor deve enviar a ordem de compra das ações. As ações da Via são negociadas pelo código VIIA3.
As ações são separadas em dois tipos de lotes: o lote padrão e o lote fracionado. O lote padrão representa um número mínimo de ações que pode ser adquirido. Um lote padrão tem 100 ações.
O lote fracionado, por sua vez, permite a compra de números menores de ações. Dessa forma, para adquirir um total menor de papéis, basta inserir a letra F no final do ticker (VIIA3F, por exemplo, no caso da Via), com o número de ações desejado.