As ações de Via (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) estão entre os destaques negativos do Ibovespa desta quinta-feira (22), com o mercado repercutindo a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa Selic em 13,75%, divulgada ontem (21).
No fechamento, os papéis da Via recuaram 4,2%, cotados a R$ 2,50, enquanto os ativos do Magazine Luiza também caíram 3,99%, a R$ 3,61. As ações ordinárias de Lojas Renner (LREN3) cederam 1,19%, a R$ 21,50, assim como as de Petz (PETZ3), que sofreram baixa de 3,02%, cotadas a R$ 7,07.
Cotação VIIA3
Em sua quarta reunião do ano, realizada na quarta-feira (21), o Copom decidiu por manter a taxa Selic em 13,75% ao ano pela sétima vez consecutiva. A decisão foi unânime. No comunicado, o comitê disse que “irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como ancoragem das expectativas”.
“Isso acaba pesando bastante no mercado, traz juros altos por mais tempo, e pega bastante as varejistas principalmente porque têm dívidas altas, para poder comprar e recebem muitas vezes parcelado – então, tem um descasamento de fluxo de caixa”, explica Vitor Miziara, sócio da Criteria Investimentos, lembrando que as ações de construtoras, mais sensíveis às taxas de juros, também cedem no Ibovespa nesta tarde.
A decisão do Copom também abalou empresas de outros setores, Por volta do mesmo horário, os papéis de Eztec (EZTC3) cediam 6,54%, cotados a R$ 18,02, e MRV (MRVE3) caíam 5,04%, a R$ 11,30.
“Tivemos um Copom mais duro do que o esperado. Diferente do que o mercado esperava, ele não abriu claramente as portas para uma queda em agosto. Se antes a gente tinha a maior parte do mercado já discutindo se ia ter uma queda de 0,25 bps ou 0,5 bps para agosto, agora o mercado discute se vai ter queda ou não”, complementou Miziara.
Via faz mudanças na gestão e troca CFO
A Via fez mudanças recentes na sua gestão, conforme comunicado pela companhia no fim desta quarta-feira (21).
A varejista aprovou a eleições de Elcio Mitsuhiro para diretor vice-presidente financeiro (CFO). Mitushiro assumirá o cargo de CFO da Via no dia 10 de julho de 2023, substituindo Orivaldo Padilha, que permanecerá na companhia até o dia da troca.
O executivo já foi CFO da BRF (BRFS3) e também atuou como diretor financeiro da Iochpe-Maxion (MYPK3).
Mitushiro é formado em Administração de Empresas pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), MBA Finanças pela Saint Mary’s University no Canadá e Mestrado em Economia Política pela PUC-SP.
“Orivaldo Padilha encerrará o seu ciclo como CFO na companhia após 4 anos de inestimável empenho, dedicação e contribuição à Via, pelos quais a Companhia consigna sua mais profunda gratidão e admiração”, diz a varejista sobre seu antigo CFO.
Via faz demissões no alto escalão em meio a processo de reestruturação
A Via demitiu, nas últimas semanas, diretores e funcionários do alto escalão da companhia, com foco no banQi, o banco digital da varejista.
Ainda em meados de março, o banQi fez uma demissão que reduziu sua força de trabalho em cerca de 10%. Ainda não foram divulgados detalhes sobre quantos funcionários foram desligados do banco digital da Via.
O presidente da operação, André Calabro, já havia sido demitido em uma ocasião anterior, e essa nova leva de desligamentos tem foco em diretores.
Segundo o Broadcast, além dos diretores do banQi foram demitidos um diretor de contabilidade corporativa, um diretor regional do Rio de Janeiro, o chefe de comunicação e ESG e a chefe da divisão de marketing e experiência do consumidor.
A empresa, em nota, destacou que “as mudanças fazem parte de uma reconfiguração estratégica de negócios com o objetivo de manter a eficiência operacional“.
O movimento pode sinalizar uma perda de relevância do banQi dentro da operação da Via, que concluiu a aquisição do banco digital ainda em meados de 2020.
Segundo informações do Broadcast, as mudanças devem reverter o avanço do braço financeiro em empréstimos pessoais do banco – sendo um ponto visto como relevante para a varejista.
Conforme o balanço mais recente da Via, referente ao primeiro trimestre, o banQi movimentou R$ 11,9 bilhões em volume de pagamentos, crescimento de 6% ante igual etapa do ano anterior.
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