As ações da Via (VIIA3), agora renomeada Grupo Casas Bahia, derreteram no Ibovespa nesta quinta-feira (14), liderando as perdas do índice, com o mercado repercutindo negativamente a precificação da oferta subsequente de ações da companhia (follow-on), que ficou abaixo do esperado inicialmente.
No fechamento, as ações ordinárias da Via despencaram 18,9%, cotadas a R$ 0,90. Os papéis de Magazine Luiza (MGLU3) também recuavam 1,52%, a R$ 2,58.
Cotação VIIA3
Em fato relevante divulgado nesta quinta-feira (14), a Via precificou sua ação no follow-on em R$ 0,80 por papel, cerca de 27,9% abaixo da sua cotação atual, que é de R$ 1,11, após cair 5,13% na Bolsa de Valores na quarta-feira (13).
Assim, a varejista captou R$ 622,9 milhões, abaixo dos R$ 981 milhões previstos inicialmente.
Do preço por ação de R$ 0,80, o valor de R$ 0,40 será destinado à conta de capital social da companhia, totalizando a quantia de R$ 311,5 milhões em aumento de capital social. Já o valor remanescente de R$ 0,40 mira a formação de reserva de capital, em conta de ágio na subscrição de ações, totalizando a quantia de R$ 311,5 milhões destinada à reserva de capital.
Desta forma, o capital social da companhia foi aumentado para R$ 5,449 bilhões, dividido em 2.377.080.572 ações.
“A captação ficou abaixo do que a empresa precisava para sanar parte de seus problemas financeiros. Além disso, temos a questão da necessidade de repactuar dívidas que a Via pode necessitar e isso inclui, por exemplo, a conversão de dívida em equities e acaba diluindo mais uma vez o minoritário. Lembro que a concorrência continua acirrada e a necessidade de gerar caixa só cresce. Porém, essa primeira tentativa não foi o que o mercado esperava”, explica Fábio Lemos, sócio da Fatorial Investimentos.
Lemos lembra também que na quinta-feira (13) o Grupo Casas Bahia anunciou o início do prazo para desistência dos investidores que solicitaram o pedido de subscrição prioritária de sua oferta de ações e bônus, em razão do rebaixamento do rating de crédito das 1ª, 2ª e 3ª séries da 20ª emissão de CRI pela S&P Global Ratings. “Logicamente, isso não é bem interpretado pelo mercado”, acrescentou.
Ainda sobre a decisão, o conselho de administração do Grupo Casas Bahia também aprovou a emissão de até 622.919.426 bônus de subscrição aos subscritores das ações, que foram ofertados e alocados aos subscritores à razão de 4 bônus de subscrição para cada 5 ações subscritas.
Segundo a companhia, caso a totalidade dos 622.919.426 bônus de subscrição seja emitida e exercida, o montante captado pela companhia por meio da oferta será de R$ 1,121 bilhão.
Grupo Casas Bahia, ex-Via, inicia prazo para desistência de oferta; veja os motivos
O Grupo Casas Bahia, o novo nome da Via, anunciou hoje (13) o início do prazo para desistência dos investidores que solicitaram o pedido de subscrição prioritária de sua oferta de ações e bônus.
O motivo para a abertura do período de desistência pela Via se deu em razão do rebaixamento do rating de crédito das 1ª, 2ª e 3ª séries da 20ª emissão de CRI pela S&P Global Ratings. Vale destacar que os papéis são lastreados na 8ª emissão de debêntures da companhia.
Segundo a Via, o rebaixamento do rating de crédito em três ou mais níveis aconteceu com as hipóteses de um eventual vencimento antecipado não automático dos seus CRIs e da sua 8ª emissão de debêntures.
Assim, os acionistas da Via com direito de prioridade em relação às ações, e que manifestaram suas intenções de investimento, podem desistir de realizar as ordens a partir de hoje (13). O prazo de desistência termina às 12h do dia 19 de setembro de 2023.
A desistência dos acionistas poderá ser informada ao agente de custódia que fez o pedido de subscrição prioritária. Se o investidor da oferta não informar sua decisão de desistência dentro do prazo, a solicitação de subscrição prioritária vai ser considerada como válida pela Via.
Nesse último caso, o investidor deverá pagar o valor total do seu investimento na data de liquidação da oferta, em 19 de setembro. Segundo a Via, os “acionistas de referência informaram a companhia que irão manter os pedidos de subscrição prioritária já apresentados”.