A Via (VIIA3), controladora da Casas Bahia e Ponto Frio, em um movimento de redução de gastos e estratégia de economias anunciou que irá fazer mais uma redução na equipe, conforme informou o Valor Econômico na quinta-feira (13).
Desde a mudança na direção da Via, com a entrada do ex-CEO da Movida, Renato Franklin, a varejista vem fazendo movimentações de enxugamento de equipe. O objetivo é, de maneira gradual, conseguir estreitar os custos e ainda impulsionar a produtividade. Apenas nesta semana, 100 pessoas foram desligadas da empresa, de vários departamentos e até médio escalão.
Na lógica de priorização aos projetos mais relevantes da varejista e enxugamento de cargos hierárquicos, a redução pode chegar entre 10% a 15% dos departamentos. No mês de junho, foi feita uma redução de pessoal no banco digital da rede, o banQi.
Em 2022, a Via, segundo informado à B3 contava com um quadro de 46 mil funcionários. O número representa uma alta em comparação ao volume de 45,9 mil em 2021.
Novos planos do alto escalão da Via (VIIA3)
Com a saída do líder Roberto Fulcherberguer em abril deste ano, também saiu o diretor-financeiro executivo Orivaldo Padilha, que operava como diretor-financeiro desde 2019 quando foi contratado por Fulcherberguer.
Em substituição a Padilha, entrou Elcio Mitsuhiro Ito (ex-Iochpe-Maxion) em junho deste ano.
O plano da nova diretoria, além da expansão no meio on-line, segundo fonte próxima que conversou com o Valor, é que a Via (VIIA3) consiga se destacar mais em seus pontos fortes, como financiamento e logística, aspectos que ela destoa da concorrência.
Além disso, a companhia precisará reconquistar a confiança dos investidores. De acordo com a apuração da reportagem do jornal, os bancos de investimento estão guiando a Via para uma oferta de ações para captação de capital aberto, o que não deixa de ser um plano das bancários para ter mais operações me andamento.
A renegociação de dívidas da Via de 2023 foram finalizadas no início do ano, com R$ 850 milhões de pagamento.
Debêntures bilionários da Via
Em maio deste ano, junto ao seu balanço trimestral com prejuízo de R$ 297 milhões, a Via (VIIA3) apresentou a sua nona emissão pública de debêntures simples, não conversíveis em ações.
“Serão emitidas 1,119 milhão de debêntures, perfazendo o valor total da emissão de R$ 1,119 bilhão na data de emissão (15 de junho de 2023). O valor nominal unitário das debêntures será de R$ 1 mil”, explicaram os administradores da varejista. Esses papeis terão prazo de vigência de dois anos.
A emissão foi uma tentativa da nova gestão de levar a empresa a voltar a crescer baseadas em suas maiores habilidades. O valor foi destinado ao pagamento de Cédulas de Crédito Bancários (CCB) com vencimentos no segundo e terceiro trimestres, além de um resgate antecipado integral de notas comerciais, com validade no 2T23.
Às 10h30 do horário de Brasília, as ações da Via (VIIA3) eram negociadas por R$ 1,93, marcando uma queda de -1,03% na abertura do mercado.