O pregão do Ibovespa desta quarta (22) não foi nada fácil para a Via (VIIA3). No primeiro dia de negociações após o Carnaval 2023, as ações da varejista caíram 8,41%.
Na sexta (17), as ações da Via haviam fechado o dia em R$ 2,26. Hoje, com essa queda, os papéis foram para a casa dos R$ 2,07. Até a semana passada, o valor de mercado da empresa era de R$ 3,3 bilhões.
Essa queda ocorre perto da divulgação do balanço do quarto trimestre de 2022, marcado para 9 de março.
O dia também foi difícil para outras empresas do setor varejista no Ibovespa hoje, como o Magazine Luiza (MGLU3), que caiu 3,83%, e as Lojas Renner (LREN3), que viram suas ações recuarem 4,74%.
Via: O que esperar para 2023?
Roberto Fulcherberguer, CEO da Via, defendeu que a empresa conseguirá captar o vácuo deixado pela Americanas (AMER3) no mercado varejista nacional. O executivo rebateu as análises dos especialistas, que apontam Magazine Luiza (MGLU3) e Mercado Livre (MELI34) como as principais beneficiadas pela crise na empresa de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira.
“A cada trimestre vamos demonstrar que, de fato, somos grandes capturadores desse vácuo que está se deixando no mercado. Mas é certo que, com nossa conexão com o consumidor, uma grande parte desse mercado virá para nós”, argumentou Fulcherberguer em entrevista ao Brazil Journal.
Segundo o líder da empresa que administra as lojas da Casas Bahia, os analistas preferem as concorrentes por causa do passado da Via. O executivo recordou que a companhia era líder do setor varejista quando o Walmart saiu do Brasil e a Máquina de Vendas reduziu drasticamente sua operação.
“Naquele momento, a Via era o maior varejo do País e o maior doador de share em função da estratégia que estava posta na época, com os erros estratégicos que tinham. Em junho de 2019, mudamos completamente a companhia. Então, hoje, somos o maior capturador de share. Agora, óbvio que na hora que o mercado olha para trás, ele se mira muito no que aconteceu e não enxerga isso”, comentou.
Estamos com os planos já feitos. Infelizmente aconteceu [a recuperação judicial da Americanas], mas a gente quer ocupar essa camada do mercado.
“Acho que é um ano mais difícil de crescimento de mercado, mas é um ano em que ficou mais fácil aumentar participação de market share. Seja pelo evento da recuperação judicial ou dos outros players também. Vamos para um ano de grande market share com responsabilidade”, complementou o CEO da Via.