As ações da Via (VIIA3), agora renomeada Grupo Casas Bahia, despencaram nesta sexta-feira (15) no Ibovespa, liderando as perdas do índice, com o mercado ainda repercutindo negativamente a precificação da oferta subsequente de ações da companhia (follow-on), que ficou abaixo do esperado inicialmente. Os papéis de Magazine Luiza (MGLU3) também recuam.
No fechamento, as ações ordinárias de Via caíram 15%, cotadas a R$ 0,76, enquanto os papéis do Magazine Luiza (MGLU3) recuaram 3,87%, a R$ 2,48.
Cotação VIIA3
“As varejistas caem devido à alta dos juros futuros, que prejudicam os papeis do setor. Além disso, os investidores ainda repercutem a oferta de ações realizada pela Via. O preço da ação saiu a R$ 0,80. A diluição não agrada os investidores, que estão se desfazendo dos papéis. A empresa já perdeu mais de 30% de valor nesse último mês. Chegou a levantar R$ 623 milhões com a oferta de ações”, disse Fabio Louzada, economista, analista CNPI e fundador da Eu me banco.
A queda de mais de 30% dos papéis da Via na manhã de quinta-feira (14), após a precificação de sua oferta de ações, fez com que a empresa, agora renomeada Grupo Casas Bahia, perdesse cerca de R$ 32 bilhões em valor de mercado desde 2020.
Os papéis chegaram a recuar 96% desde a máxima atingida há três anos, quando dispararam em meio ao salto do comércio eletrônico impulsionado pela pandemia.
Grupo Casas Bahia, ex-Via (VIIA3), tem dia de pesadelo na Bolsa e cai quase 19% após oferta de ações abaixo das expectativas
O mercado repercutiu negativamente a precificação da oferta subsequente de ações da companhia (follow-on), que ficou abaixo do esperado inicialmente. No fechamento da quinta-feira (14), as ações ordinárias da Via despencaram 18,9%, cotadas a R$ 0,90.
Em fato relevante divulgado no mesmo dia, a Via precificou sua ação no follow-on em R$ 0,80 por papel, cerca de 27,9% abaixo da sua cotação atual, que é de R$ 1,11, após cair 5,13% na Bolsa de Valores na quarta-feira (13).
Assim, a varejista captou R$ 622,9 milhões, abaixo dos R$ 981 milhões previstos inicialmente.
Do preço por ação de R$ 0,80, o valor de R$ 0,40 será destinado à conta de capital social da companhia, totalizando a quantia de R$ 311,5 milhões em aumento de capital social. Já o valor remanescente de R$ 0,40 mira a formação de reserva de capital, em conta de ágio na subscrição de ações, totalizando a quantia de R$ 311,5 milhões destinada à reserva de capital.
Desta forma, o capital social da companhia foi aumentado para R$ 5,449 bilhões, dividido em 2.377.080.572 ações.
O conselho de administração do Grupo Casas Bahia também aprovou a emissão de até 622.919.426 bônus de subscrição aos subscritores das ações, que foram ofertados e alocados aos subscritores à razão de 4 bônus de subscrição para cada 5 ações subscritas.
Segundo a companhia, caso a totalidade dos 622.919.426 bônus de subscrição seja emitida e exercida, o montante captado pela companhia por meio da oferta será de R$ 1,121 bilhão.
Grupo Casas Bahia, ex-Via, inicia prazo para desistência de oferta; veja os motivos
O Grupo Casas Bahia, o novo nome da Via, anunciou na última quarta-feira (13) o início do prazo para desistência dos investidores que solicitaram o pedido de subscrição prioritária de sua oferta de ações e bônus.
O motivo para a abertura do período de desistência pela Via se deu em razão do rebaixamento do rating de crédito das 1ª, 2ª e 3ª séries da 20ª emissão de CRI pela S&P Global Ratings. Vale destacar que os papéis são lastreados na 8ª emissão de debêntures da companhia.
Segundo a Via, o rebaixamento do rating de crédito em três ou mais níveis aconteceu com as hipóteses de um eventual vencimento antecipado não automático dos seus CRIs e da sua 8ª emissão de debêntures.
Assim, os acionistas da Via com direito de prioridade em relação às ações, e que manifestaram suas intenções de investimento, podem desistir de realizar as ordens desde o dia 13. O prazo de desistência termina às 12h do dia 19 de setembro de 2023.
A desistência dos acionistas poderá ser informada ao agente de custódia que fez o pedido de subscrição prioritária. Se o investidor da oferta não informar sua decisão de desistência dentro do prazo, a solicitação de subscrição prioritária vai ser considerada como válida pela Via.
Nesse último caso, o investidor deverá pagar o valor total do seu investimento na data de liquidação da oferta, em 19 de setembro. Segundo a Via, os “acionistas de referência informaram a companhia que irão manter os pedidos de subscrição prioritária já apresentados”.