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Cenário nebuloso: Via (VIIA3) deve apresentar prejuízo de R$ 469 milhões no 2T23, dizem analistas

Casas Bahia (BHIA3) adianta grupamento de ações para próxima semana

Casas Bahia (BHIA3). Foto: Divulgação

Previsto para ser divulgado na próxima quinta-feira (10), depois do fechamento do mercado, o resultado do segundo trimestre da Via (VIIA3) deve apresentar retração em seus principais indicadores, em linha com um cenário macroeconômico ainda adverso, segundo analistas.

Em relatório, analistas do BTG Pactual pontuaram que entre as varejistas, como a Via, o segundo trimestre deve ser parecido com os anteriores, mas com números piores, já que o mercado espera (e precifica parcialmente) melhorias somente no segundo semestre.

Segundo o banco, a Via deve apresentar um prejuízo líquido de R$ 469 milhões no segundo trimestre, acima do consenso Bloomberg de perdas de R$ 260 milhões. No mesmo período de 2022, a empresa havia apresentado um lucro contábil de R$ 6 milhões. E, no 1T23, a “mãe” da Casas Bahia havia apurado prejuízo de R$ 297 milhões. 

Além disso, para o segundo trimestre deste ano, o BTG projeta que a receita líquida da Via caia 2% na base anual, para R$ 7,481 bilhões, abaixo do consenso de receita de R$ 7,726 bilhões. No mesmo período do ano passado, a varejista havia registrado R$ 7,646 bilhões no indicador.

Já em relação ao lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, o Ebitda da Via, o BTG espera que o indicador chegue a R$ 443 milhões, abaixo do consenso de R$ 596 milhões. No mesmo período de 2022, o Ebitda da Via havia chegado a R$ 690 milhões.

Ainda no relatório, o BTG chamou a atenção, ainda, para o comércio eletrônico das varejistas e enxerga um crescimento mais fraco do volume geral de vendas (GMV na sigla em inglês), refletindo menor renda disponível e restrições de capital, além de foco em rentabilidade e preservação de caixa.

Além disso, informa o banco, altos custos de captação continuarão pressionando os resultados, mas com possíveis cortes de juros favorecendo as ações da Via. A desaceleração da inflação, prevista para os próximos meses, também deve aumentar as margens.

Outras projeções

Em relatório divulgado recentemente, analistas do Santander esperam que, diferente do primeiro trimestre deste ano, a rentabilidade da Via se deteriore com uma margem bruta mais fraca, desalavancagem operacional e, por enquanto, efeitos limitados de recentes medidas de redução de custos de vendas, gerais e administrativos (SG&A).

Próximo ao projetado pelo BTG, o Santander também acredita em uma queda de 1,8% na receita anual da Via do segundo trimestre.

No início deste mês, analistas do Citi cortaram o preço-alvo para os papéis da varejista de R$ 2,40 na última revisão para R$ 2,30, com recomendação neutra, citando a baixa visibilidade da empresa em meio à mudança de estratégia e também do setor de comércio eletrônico como um todo.

“Preferimos nos manter mais cautelosos”, diz o banco sobre a companhia. 

No entanto, os especialistas destacaram que a empresa tem mostrado um crescimento aquém do esperado, além de ter mostrado trocas relevantes na gestão nos últimos meses.

No final de junho, a varejista aprovou a eleição de Elcio Mitsuhiro para diretor vice-presidente financeiro (CFO), que assumiu o cargo no dia 10 de julho de 2023, substituindo Orivaldo Padilha, que permaneceu na companhia até o dia da troca.

A expectativa do Citi, portanto, é de que o próximo resultado da Via mostre uma evolução, porém com uma folga pequena nos comparativos, apresentando praticamente uma estabilidade nos números. 

O Citi acredita em uma retração de 2,4 pontos percentuais (p.p.) na margem bruta da Via e de 2% no GMV (Volume Bruto de Vendas) – este último, inclusive, chegou a R$ 11 bilhões no segundo trimestre de 2022.

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