Os números do IPCA-15, divulgados nesta quinta (25), estão animando os agentes econômicos e beneficiando empresas como a Via (VIIA3). No fechamento, as ações da varejista subiram 7,7%, ao preço de R$ 2,36.
Os dados do IPCA-15, considerada a prévia oficial da inflação, mostram um crescimento de 0,51% em maio – a expectativa dos agentes econômicos era de uma variação positiva de 0,64%.
Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Rena, explica que essa desaceleração do IPCA-15 foi causada pelo efeito de deflação da gasolina e das passagens aéreas.
“O número de hoje traz de volta o otimismo visto no IPCA de março. A desaceleração da inflação subjacente pode voltar para a rota de descompressão e encerrar o ano abaixo de 6%”, explica a profissional.
Os economistas do Itaú Julia Gottlieb, Julia Passabom e Luciana Rabelo também destacam que esses números corroboram para o atual cenário de desinflação em curso, “embora as medidas de núcleo ainda sigam rodando acima do compatível com o cumprimento da meta de inflação“.
O controle da inflação abre espaço para que o Banco Central (BC) comece o processo de cortes dos juros via Taxa Selic – esse movimento beneficia empresas como a Via e o Magazine Luiza (MGLU3).
Por dentro dos números da Via
As ações da Via amargam uma desvalorização de 29,85% ao longo dos últimos doze meses, de acordo com o mapeamento do Status Invest. Confira o gráfico:
Cotação VIIA3
Segundo as informações arquivadas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), destacam-se os seguintes números no balanço da Via do 1T23:
- Receita líquida da Via: R$ 7,354 bilhões, queda de 0,6% ante 1T22;
- Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado: R$ 675 milhões, alta de 0,2% ante 1T22;
- Resultado líquido: prejuízo de R$ 297 milhões; no 1T22, empresa registrou lucro líquido de 18 milhões.
O prejuízo da Via no 1T23 já era esperado pelos analistas. A Genial previa um resultado negativo de R$ 230 milhões, enquanto o BTG Pactual esperava perdas de R$ 251 milhões.