Na última segunda-feira (9), a Via (VIIA3) apresentou o balanço do primeiro trimestre de 2022, com lucro líquido contábil de R$ 18 milhões, uma queda equivalente a 90% na comparação anual. Analistas concordam que os resultados foram ligeiramente positivos.
Para o BB-BI, as vendas totais e a receita líquida vieram praticamente estáveis na comparação anual e em linha com as estimativas do banco de investimentos. As vendas brutas somadas de todos os canais de vendas atingiram R$ 10,7 bilhões, crescimento de 3,3% a/a. “Todos os canais contribuíram positivamente para o resultado consolidado”, afirmam.
A receita líquida da Via teve crescimento das vendas totais, mas sofreu um decréscimo de 2,0% a/a, como reflexo da maior participação do canal on-line 3P, que contribuiu com um percentual sobre as vendas para a receita líquida.
Na opinião do banco de investimentos, o destaque do trimestre foi o ganho de margem Ebitda ajustado, “com maior diluição das despesas com vendas sobre a receita líquida, o que permitiu compensar, em parte, o incremento das despesas financeiras líquidas no período”, conforme o relatório.
Os analistas apontam que a margem Ebitda ajustada veio em 9,1%, alta de 1,4 p.p. na comparação anual, refletindo ganho de produtividade nas lojas com vendedores e enxugamento do backoffice. Isso gerou a diluição das despesas com vendas e gerais mencionada anteriormente, e em conjunto, representaram 15,6% do GMV e 22,5% da receita líquida, ante 17,9% e 24,5% no 1T21, respectivamente.
“Os papéis VIIA3 acumulam queda de 25,3% nos últimos 30 dias (-49% no ano), refletindo a maior preocupação dos investidores com a persistência da pressão inflacionária sobre o consumo, bem como a necessidade de um ciclo de aperto monetário mais longo do que o anteriormente esperado. Em um contexto de elevadas taxas de juros combinado com inflação corroendo o poder de compra das famílias, as companhias expostas a setores cíclicos, como o consumo de bens duráveis, tendem a ter uma performance mais desafiadora”, diz o relatório.
Dentro do contexto, o BB-BI reitera uma recomendação neutra sobre a ação da Via, em preço alvo de R$ 5,40 até o final do ano, com potencial de valorização de 100,7%.
Itaú BBA vê recuperação para próximo trimestre da Via
O Itaú BBA também acredita que os resultados do 1T22 da Via também foram ligeiramente positivos, com fraco desempenho da B&M, que continuou a reduzir as vendas líquidas, embora melhorando em relação aos trimestres anteriores. As vendas em mesmas lojas (SSS) voltou a um território positivo, indicando um
recuperação, de acordo com o banco de investimentos.
Para os analistas, a margem Ebitda foi acima do esperado e também o destaque do trimestre. Outros destaques foram:
- GMV online cresceu 4% anualmente, impulsionado pela expansão do 3P, enquanto o B&M mostrou alguma recuperação no trimestre com SSS, como apontado, com leve alta de 0,3%, “embora não o suficiente para evitar uma queda de 2% a/a nas vendas, para R$ 7,4 bilhões”;
- Margem bruta estável no ano a ano, apesar do aumento nas vendas digitais;
- A empresa destacou que a recuperação da B&M, que se intensificou em março, sustentou a tendência em abril, indicando novidades positivas para o 2T22, em linha com o estudo do Itaú BBA.
Os analistas mantém a análise da ação da Via em fair value, preço justo, de R$ 4,7 até o final do ano.