Via (VVAR3) lucra R$ 180 mi no 1T21, alta de 1.285% com aumento de market share on-line
A Via (VVAR3) teve um lucro líquido de R$ 180 milhões no primeiro trimestre deste ano, avanço de 1.284,6% sobre os R$ 13 milhões registrados no mesmo período do ano passado. Os ganhos da empresa, reportados na noite da última quarta-feira (12), foram impulsionados pelo aumento do market share on-line.
A participação de mercado da antiga Via Varejo no mercado digital cresceu 2,5 pontos percentuais em um ano, chegando a 16,7%, segundo o site Compre & Confie. Em comparação ao quarto trimestre de 2019, o avanço foi de 8,9 pontos percentuais.
O volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) no primeiro trimestre foi de R$ 10,33 bilhões, alta de 27% na comparação ano a ano, sendo que as vendas digitais contribuíram com mais da metade desse valor. O GMV de lojas físicas, por sua vez, caiu 9,6%, de R$ 5,89 bilhões para R$ 5,32 bilhões.
O volume bruto de mercadorias do marketplace (3P) subiu 123,5%, saindo de R$ 465 milhões para R$ 1,03 bilhão. O marketplace agora corresponde a 10,1% do GMV total, crescimento de 4,3 pontos percentuais em comparação ao primeiro trimestre de 2020.
Com isso, a receita líquida da Via Varejo subiu 19,1%, para R$ 7,54 bilhões. As margens bruta e líquida também cresceram, para 31,4% e 2,4%, respectivamente.
“Com a expansão do marketplace, a nossa estratégia de recorrência ganha ainda mais tração”, diz o CEO da Via, Roberto Fulcherberguer, em comunicado. “Como consequência, capturamos mais de 10 mil sellers apenas no mês de março, equivalente ao número de sellers cadastrados em todo ano de 2020”, comenta o executivo sobre o crescimento da plataforma.
E empresa ressaltou, contudo, que o lucro líquido comparável “para os efeitos do incentivo de subvenção relacionado a anos anteriores foi de R$ 63 milhões”, o que perfaz um avanço de 384,6% sobre os R$ 13 milhões registrados no primeiro trimestre do ano passado. De toda forma, este foi o quinto trimestre consecutivo de lucro da Via, que recentemente passou por um processo de turnaround.
O resultado, segundo a XP, foi sólido e em linha com as projeções. “Esperamos uma reação positiva do mercado uma vez que houve uma forte aceleração do crescimento do GMV online, com destaque para o marketplace”, comenta a corretora.
A casa, contudo, mantém um pé atrás com a varejistas e reiterou a recomendação neutra para os papéis, com preço-alvo de R$ 20. “Continuamos a esperar um cenário competitivo bastante desafiador nesse ano, inclusive com iniciativas de players internacionais como Amazon e Alibaba, o que deve trazer volatilidade para as ações.”
Via aumenta posição de caixa e mantém alavangem sob controle
A Via encerrou o primeiro trimestre deste ano com um endividamento bruto de R$ 4,09 bilhões. O endividamento de curto prazo, a ser pago em até um ano, corresponde a 65,7% deste total, o equivalente a R$ 2,69 bilhões.
Vale ressaltar que nos últimos 12 meses, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 2,88 bilhões. Com isso, o indicador de alavancagem financeira, medida pelo caixa líquido e o Ebitda do período, terminou o trimestre em 0,8x.
A Via encerrou março deste ano com a posição de caixa de R$ 7,2 bilhões, incluindo a carteira de recebíveis não descontados no valor de R$ 5,1 bilhões e ajustado por antecipações aos fornecedores de R$ 651 milhões.
A carteira de crediário da Via atingiu R$ 4,6 bilhões nos primeiros três meses deste ano, aumento de 30% no comparativo anual. A companhia salienta a melhora na recorrência por parte dos clientes, segundo indicadores do banQi, seu banco digital.