A Via Varejo (VVAR3), na noite da última quarta-feira (13), divulgou o seu balanço referente ao terceiro trimestre de 2019. A companhia reportou o prejuízo de R$ 383 milhões. No mesmo período do ano passado, o prejuízo havia sido de R$ 83 milhões, mais de quatro vezes menor.
Além disso, a receita líquida da Via Varejo caiu 10,7%, chegando a R$ 5,68 bilhões, frente a R$ 6,36 bilhões apresentados na comparação anualizada. No acumulado do ano, a receita atingiu R$ 18,04 bilhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que no terceiro trimestre do ano passado foi de R$ 322 milhões, no período de julho a setembro deste ano foi de R$ 176 milhões negativos.
EXCLUSIVO: Via Varejo investiga possível fraude em balanços da companhia
A companhia destacou um lucro bruto operacional de R$ 1,7 bilhão no trimestre, com margem bruta de 30,7%, cerca de 0,5% acima do 3T18 e 2,7% maior que o trimestre anterior.
Além disso, a Via Varejo salientou a redução de R$ 1,1 bilhão em estoques em comparação com o mesmo período de 2018 e R$ 500 milhões com o segundo trimestre de 2019. A empresa encerrou setembro com caixa, incluindo recebíveis de cartão de crédito não descontados, de R$ 2,8 bilhões.
Via Varejo investiga possível fraude em balanços
Na última quarta-feira (13), o SUNO Notícias divulgou, com exclusividade, que a Via Varejo investiga há cerca de um mês possíveis fraudes nos balanços financeiros da empresa.
A dona das marcas Casas Bahia, Ponto Frio e Extra.com, busca averiguar se executivos da própria companhia cometeram irregularidades na elaboração e divulgação de informações financeiras da companhia.
Segundo fontes consultadas, com conhecimento da investigação interna, executivos da Via Varejo contabilizaram despesas como CAPEX (Capital Expenditure), como se o montante fosse destinado a investimentos para a melhoria da operação, quando, na verdade, o dinheiro teria sido destinado a gastos de OPEX (Operational Expenditure), ou seja, destinado para despesa operacionais.
“O OPEX é uma despesa no DRE da empresa e impacta diretamente o lucro. Se essa despesa é colocada como CAPEX, ela se transforma em um ativo”, disse um especialista em contabilidade de empresas que prefere não se identificar.
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Após as relevações do SUNO Notícias, as ações da empresa foram suspensas do pregão por cerca de vinte minutos e chegaram a cair mais de 9%. A empresa soltou um fato relevante acerca do assunto.
No balanço divulgado na última quarta, a Via Varejo confirma que recebeu as denúncias anônimas e está averiguando o caso, no entanto, “esse trabalho ainda está em andamento e devemos terminá-lo nos próximos meses”.