Via varejo: nova fase da investigação pode impactar no balanço do 4T

As investigações sobre uma possível fraude fiscal na Via Varejo (VVAR3), reveladas com exclusividade pelo SUNO Notícias, devem ser encerradas em fevereiro. A informação foi divulgada pelo diretor de relações com investidores da empresa, Orivaldo Padilha.

Segundo Padilha, a terceira fase da investigação, anunciada na semana passada e que identificou possíveis irregularidades, deve acabar no início de 2020. Os resultados podem ser refletidos já no balanço do quarto trimestre da Via Varejo.

“O comitê [de investigação] definiu ter uma terceira fase para apurar possíveis irregularidades e identificar com mais clareza todos os envolvidos. Será encerrada em fevereiro a ponto de incorporarmos eventuais problemas já no fechamento deste ano”, disse o executivo em reunião com investidores.

De acordo com o executivo, mais de 190 mil documentos foram analisados na segunda fase da investigação.

“A primeira fase teve mais de 60 mil documentos analisados. e, nessa primeira fase, a denúncia não havia sido corroborada”, explicou o executivo, “A segunda fase veio para ser complementar. Foram mais de 190 mil documentos e encontramos indícios que poderiam caracterizar uma fraude”.

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Para Padilha, o impacto no caixa da companhia será baixo. “Daquelas provisões trabalhistas de até R$ 1,4 bilhão, R$ 900 milhões podem impactar o caixa durante os próximos 3 ou 4 anos. Teremos baixo impacto no caixa da companhia, mas pode haver um descasamento de crédito”, salientou o diretor da Via Varejo.

O executivo afirmou ainda que não há revisão acerca de possíveis revisões no projetado para o estoque.

“Não há mais nada em análise. Estoque tínhamos no terceiro trimestre uma posição de baixo giro. Mas isso era um perfil do estoque, que foi cerca de R$ 1 bilhão de redução e eliminamos isso. Achamos que a questão do estoque era uma estratégia equivocada, mais parecida com supermercado, do que do varejo como nosso”, disse.

Para Padilha, a chave para que novas fraudes não aconteçam está na contratação de novos executivos.

“Contratar bem. Ter gente com ética na companhia. Temos uma governança muito robusta. Temos essa estrutura, mas acima de tudo, temos um princípio de transparência. Não há gol de mão”, disse.

Via Varejo apresenta prejuízo de R$ 383 milhões no 3T19

A Via Varejo reportou o prejuízo de R$ 383 milhões no terceiro trimestre de 2019. No mesmo período do ano passado, o prejuízo havia sido de R$ 83 milhões, mais de quatro vezes menor.

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Além disso, a receita líquida da Via Varejo caiu 10,7%, chegando a R$ 5,68 bilhões, frente a R$ 6,36 bilhões apresentados na comparação anualizada. No acumulado do ano, a receita atingiu R$ 18,04 bilhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que no terceiro trimestre do ano passado foi de R$ 322 milhões, no período de julho a setembro deste ano foi de R$ 176 milhões negativos.

A companhia destacou um lucro bruto operacional de R$ 1,7 bilhão no trimestre, com margem bruta de 30,7%, cerca de 0,5% acima do 3T18 e 2,7% maior que o trimestre anterior.

Além disso, a Via Varejo salientou a redução de R$ 1,1 bilhão em estoques em comparação com o mesmo período de 2018 e R$ 500 milhões com o segundo trimestre de 2019. A empresa encerrou setembro com caixa, incluindo recebíveis de cartão de crédito não descontados, de R$ 2,8 bilhões.

Vinicius Pereira

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