Entenda a alta de 9% das ações da Via Varejo, dona das Casas Bahia

As ações ordinárias (ON) da Via Varejo (VVAR3) encerraram esta sexta-feira (3) com alta de 9,18%, sendo cotadas a R$ 4,52. A Via Varejo controla as Casas Bahia e o Pontofrio.

A valorização das ações da Via Varejo pôde ser observada já na abertura do pregão na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). Na última quinta-feira (2), a empresa divulgou ata, aprovada pelo Conselho de Administração, com uma nova proposta.

A Via Varejo propôs a retirada de uma cláusula do estatuto social, conhecida como “poison pill” (pílula do veneno). De acordo com o economista da Suno Research, Tiago Reis, as poison pills “são táticas criadas pelas empresas para desencorajar ou até mesmo impedir aquisições hostis de companhias no mercado de capitais“.

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Desta forma, a empresa de comércio varejista visa remover de seu estatuto a regra de que, se um acionista atingir a quantidade igual ou superior a 20% dos papeis, tal acionista terá que realizar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA).

Menor proteção aos minoritários

Assim, a regra do estatuto fornecia maior transparência no controle da empresa. E a medida visava proteger os acionistas minoritários de hostile takeovers (aquisições hostis).

Afinal, “com a diluição do capital das empresas em vários acionistas minoritários, é muito comum que ocorra uma disputa pelo poder de voto através de aquisições de ações dispersas no mercado. Esse tipo de comportamento é denominado no mercado como hostile takeovers“, explica Reis. 

A remoção da cláusula no estatuto social, por um lado, desprotege os minoritários. Por outro, aumenta a liquidez da companhia, e torna mais fácil para que os controladores da Via Varejo possam se desfazer da participação na empresa varejista.

Dentre os controladores da Via Varejo estão:

  • Grupo Pão de Açúcar (GPA): participação de 36,27%;
  • Família Klein: participação de 25,24%;
  • e acionistas minoritários: totalizam participação de 38,46%.

A proposta será votada em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) dos acionistas, com data prevista para 3 de junho.

Grupo Pão de Açúcar vende ações

O GPA já desfez-se de parte das ações da Via Varejo. O motivo da venda é o desempenho ruim da varejista nos últimos anos, que concorre com a B2W Digital (BTOW3), controladora do Shoptime, Submarino e Americanas.com, e a Magazine Luiza (MGLU3).

Em 21 de fevereiro, o Grupo Pão de Açúcar comunicou em um fato relevante a decisão de vender 40 milhões de ações da Via Varejo. Na data, os papéis da controlada encerraram em queda de 10,36% a R$ 4,67.

Saiba mais – Ibovespa em alta puxado pela Via Varejo e exterior positivo

Prejuízo da Via Varejo

A Via Varejo, controladora das redes varejistas Casas Bahia e Ponto Frio, obteve um prejuízo total de R$ 49 milhões no primeiro trimestre de 2019. Essa é a terceira vez consecutiva de prejuízos trimestrais. Os analistas estimavam um saldo negativo de R$ 5,2 milhões.

De acordo com a Via Varejo, esse resultado ocorreu devido à baixa venda. Além do fim da Lei do Bem e a competitividade do mercado.

Além disso, foram divulgados outros resultados como:

  • Receita líquida caiu 4% ;
  • Receita bruta foi de apenas R$ 7,4 bilhões (1,6% inferior em comparação com o mesmo período em 2018);
  • Lucro das lojas físicas teve um pequeno avanço de 0,3%;
  • Loja online teve uma queda de 7%;
  • Margem bruta foi de 27,6%;
  • A dívida financeira da está em um total de R$ 917 milhões.

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O que diz a empresa

Na ata, a Via Varejo explica as razões da proposta:

“A administração da Companhia entende que a exclusão de tais dispositivos é positiva para a Companhia e seus acionistas, dado que a cláusula de proteção à dispersão acionária pode obrigar investidores relevantes interessados em investir na Companhia a terem que realizar OPA da totalidade das ações em circulação a preços artificialmente elevados, bem como reduzir a liquidez das ações de emissão da Companhia.

Portanto, em linha com as melhores práticas de governança corporativa, a Administração da Companhia acredita que a exclusão dos dispositivos estatutários que tratam de aquisição de participação relevante na Companhia pode incentivar terceiros ou acionistas a investirem na Companhia, viabilizando a realização de operações societárias que sejam benéficas para a Companhia e seus acionistas”.

Clique aqui e confira a ata divulgada pela Via Varejo na íntegra.

Amanda Gushiken

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