Verde Asset zera posição na Bolsa brasileira, citando ‘fundamentos preocupantes’
A Verde Asset, gestora de Luis Stuhlberger, zerou sua posição na Bolsa brasileira, de acordo com a mais recente carta mensal divulgada pela casa.
Em agosto deste ano, o Ibovespa acumulou alta de 6,50% e renovou máximas históricas de fechamento, em linha com a volta do fluxo estrangeiro. Já neste mês de setembro, a expectativa fica por conta do tão aguardado corte de juros nos Estados Unidos, que pode ajudar a melhorar ainda mais o humor da Bolsa por aqui.
A gestora de Stuhlberger, contudo, não parece nem um pouco otimista. Em carta mensal, a Verde cita “fundamentos preocupantes” do Brasil e destaca que o ciclo de alta de juros pelo Banco Central está “prestes a ser iniciado”.
“Aproveitamos o movimento para vender parte das nossas posições de ações (especialmente em setores domésticos cíclicos) e para iniciar hedges, que de maneira agregada, levam o fundo à sua menor exposição a bolsa brasileira desde 2016”, diz a carta da Verde.
Assim, o fundo Verde zerou sua posição em Bolsa Brasil e manteve a exposição global. No cenário doméstico, a gestão aposta na alta da inflação implícita e no aumento dos juros.
Um dos principais “fundamentos preocupantes”, nas palavras de casa, é a condução fiscal do país: “Voltamos à era da política pública feita fora do Orçamento”, diz a gestora de Luis Stuhlberger.
Com isso, a casa entende que a preocupação crescente com o nível e a trajetória de dívida pública brasileira é uma consequência inevitável dos fundos e “outras tecnologias parafiscais” criados pelo governo para gerar benefícios públicos, como o Vale Gás e o Pé de Meia.
Já em relação aos Estados Unidos, a Verde Asset enxerga um cenário de pouso suave na economia (inflação convertida para a meta sem existência de recessão), ainda que os ativos possam ser afetados pela dinâmica eleitoral ao longo dos próximos meses.