Verde Asset se diz “vítima de fraude” da Americanas (AMER3) e critica Lemann, Sicupira e Telles

Nem mesmo a Verde Asset, gestora de Luis Stuhlberger, passou imune pela crise da Americanas (AMER3). Em carta mensal enviado a clientes nesta segunda (6), o fundo classificou o episódio como a “maior fraude da história corporativa do Brasil”. Apesar de não citar diretamente os nomes de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, criticou acionistas da varejista.

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O fundo tinha debêntures das Lojas Americanas em seu portfólio. “Ao fim do mês, a posição do fundo estava marcada em torno de 13% do valor de face e trouxe uma perda de aproximadamente -14 bps (pontos base) na cota”, afirma a carta mensal da Verde Asset.

O documento vai além e, apesar de não citar nomes, criticou Lemann, Sucupira e Telles em meio à crise da Americanas.

Os três controladores, diante da escolha entre aportes para reparar um pedaço substancial da fraude, ou preservar sua reputação/legado, têm ficado silentes, mas claramente escolheram a opção financeira.

A Verde Asset disse ainda que foi “vítima de uma fraude” e sublinhou que a Americanas levou mais de três semanas para, finalmente, afastar diretores e executivos durante a investigação do rombo bilionário.

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“Beira o inacreditável que somente 23 dias após o fato relevante alguém da companhia, seja na área financeira, seja na alta gestão, tenha sido afastado. Temos a maior fraude da história corporativa do Brasil, um buraco de mais de R$ 20 bilhões, e a gestão financeira da companhia continuou sendo feita pelas mesmas pessoas durante todo o período seguinte”.

Debêntures da Americanas

A gestora informou ainda que o investimento na Americanas teve início em 2020, quando a varejista emitiu debêntures com rentabilidade de CDI +3% ao ano. Em seguida, outros dois aportes foram feitos, sendo que o terceiro foi nos títulos que geraram o prejuízo com a recuperação judicial.

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O investimento foi feito em junho de 2022, e segundo o Verde Asset o aporte respondia por cerca de 0,15 ponto porcentual do capital do fundo, com cerca de 10% de exposição a crédito.

“Como em todo investimento de crédito do fundo, analisamos o balanço da companhia (que mostrava um endividamento líquido de menos de três vezes o Ebitda), o histórico da companhia, seus acionistas controladores, time de gestão e as perspectivas do negócio”, relata a carta.

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Lemann, Telles e Sicupira propõem emprestar R$ 1 bilhão

Jorge Paulo LemannMarcel Telles e Carlos Alberto Sicupira decidiram emprestar R$ 1 bilhão para a Americanas.

Segundo informações divulgadas nesta segunda (6), os acionistas de referência da varejista devem protocolar essa movimentação na 4º Vara Empresarial do Rio de Janeiro ainda hoje.

De acordo com a coluna do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, o dinheiro deve ser utilizado pela Americanas como capital de giro. Assim, as lojas seguirão em funcionamento, incluindo o pagamento dos fornecedores.

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Janize Colaço

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