Venezuela: em meio a conflitos, 25 militares pedem asilo ao Brasil
Em meio a conflitos na Venezuela, 25 militares venezuelanos pediram asilo ao governo brasileiro nesta terça-feira (30). A informação foi confirmada pelo porta-voz da Presidência da República, Otávio Rego Barros, ao “G1”.
Ainda não foi confirmado se o Brasil vai conceder o asilo aos militares da Venezuela. Contudo, o governo analisa pedido que ocorre durante manifestações no país. Isso ocorre porque protestantes pró-Maduro e pró-Guaidó travam embates e causam tumultos pelas ruas da Venezuela.
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Vídeos nas redes sociais mostraram carros blindados da Guarda Nacional Venezuelana avançando sobre protestantes. Nesse sentido, um chefe militar da Venezuela declarou à “AFP” que, diante da situação, “é possível que ocorra um banho de sangue”.
Protestos foram registrados nas cidades de Maracaibo e San Cristóbal, no oeste da Venezuela. Além disso, as redes sociais no país estão funcionando com instabilidade e a energia elétrica está comprometida em muitas partes do país.
VIDEO (Graphic): Venezuelan military vehicle drives into a group of protesters on a highway. – @aletweetsnews pic.twitter.com/Dryf3iW3FP
— Conflict News (@Conflicts) 30 de abril de 2019
Reunião de emergência
Diante da crise na Venezuela, o presidente Jair Bolsonaro convocou uma reunião com o vice-presidente, general Hamilton Mourão, e ministros para tratar sobre a situação da Venezuela. Participaram o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
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Sobre a situação venezuelana, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, afirmou que “não tem mais volta” a queda de Nicolás Maduro do comando da Venezuela.
O vice-presidente afirmou, ao blog do Valdo Cruz, do G1, que foi “dado um passo decisivo” para a saída de Maduro do poder. “As movimentações de hoje na Venezuela são um passo decisivo para queda de Maduro, não tem mais volta”, afirmou.
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“Não tem mais volta, o clima se agravou, ou ele sai ou o país entra em convulsão, que é tudo que não queremos. Queremos a volta da democracia, pelo caminho diplomático”, disse o vice-presidente brasileiro.
O presidente também se manifestou sobre a crise no país vizinho. Por isso, no Twitter, Bolsonaro se solidarizou com o povo venezuelano. Além disso, ele também ressaltou o apoio de partidos de esquerda brasileiros ao chavista.
Entenda o caso
Os conflitos começaram depois que o presidente autoproclamado Juan Guaidó anunciou, na manhã desta terça, que tinha o apoio dos militares contra Maduro. Guaidó convocou a população às ruas e ameaçou depor o chavista do poder na Venezuela.
Pueblo de Venezuela inició el fin de la usurpación. En este momento me encuentro con las principales unidades militares de nuestra Fuerza Armada dando inicio a la fase final de la Operación Libertad.
— Juan Guaidó (@jguaido) 30 de abril de 2019
Guaidó estava acompanhado de Leopoldo López, companheiro político dele e também integrante da liderança opositora. Entretanto, López estava presa e fugiu da prisão domiciliar.
Com a convocação feita por Guaidó, cerca de 3 mil venezuelanos foram às ruas apoiar o líder que estava em uma base das forças armadas.
Maduro responde
A partir disso, o chavista Nicolás Maduro respondeu à declaração de Guaidó. O ditador venezuelano afirmou estar convicto da lealdade das forças armadas a seu regime.
¡Nervios de Acero! He conversado con los Comandantes de todas las REDI y ZODI del País, quienes me han manifestado su total lealtad al Pueblo, a la Constitución y a la Patria. Llamo a la máxima movilización popular para asegurar la victoria de la Paz. ¡Venceremos!
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) 30 de abril de 2019
De encontro à declaração de Maduro, o ministro da defesa, Vladimir Padrinos, confirmou que as forças militares seguem fiéis ao governo de Nicolás Maduro. “A Fanb se mantém firme na defesa da Constituição Nacional e de suas autoridades legítimas”, publicou ele no Twitter.
La FANB se mantiene firme en defensa de la Constitución Nacional y sus autoridades legítimas. Todas las unidades militares desplegadas en las ocho Regiones de Defensa Integral reportan normalidad en sus cuarteles y bases militares, bajo el mando de sus comandantes naturales.
— Vladimir Padrino L. (@vladimirpadrino) 30 de abril de 2019
Além disso, o vice-presidente de comunicações de Juan Guaidó, Jorge Rodríguez, confirmou que alguns grupos de militares fizeram oposição ao chamado do líder autoproclamado.
Informamos al pueblo de Venezuela que en estos momentos estamos enfrentando y desactivando a un reducido grupo de efectivos militares traidores que se posicionaron en el Distribuidor Altamira para promover un Golpe de Estado contra la Constitución y la paz de la República… 1/2
— Jorge Rodríguez (@jorgerpsuv) 30 de abril de 2019