A Venezuela registra, neste sábado (23), diversos protestos e manifestações, com confronto, na fronteira com a Colômbia. O fechamento da fronteira dos dois países foi determinado ontem pelo governo venezuelano.
“O Governo Bolivariano informa à população que, devido às graves e ilegais ameaças tentadas pelo governo da Colômbia contra a paz e a soberania da Venezuela, tomou a decisão de um fechamento total temporário das pontes Simón Bolívar, Santander e União”, publicou a vice-presidente Delcy Rodríguez, em sua conta do Twitter.
El Gobierno Bolivariano informa a la población que, debido a las serias e ilegales amenazas intentadas por el Gobierno de Colombia contra La Paz y la soberanía de Venezuela, ha tomado la decisión de un cierre total temporal de los puentes Simón Bolívar, Santander y Unión!
— Delcy Rodríguez (@DrodriguezVen) 23 de fevereiro de 2019
Assim, cerca de 200 militares venezuelanos usaram gás lacrimogêneo e balas de borracha contra dezenas de pessoas que tentavam chegar à cidade colombiana Cúcuta. Por meio de uma ponte fronteiriça em Ureña, no estado de Táchira.
Em retaliação, manifestantes atearam fogo em um ônibus público, e queimaram também uma casa próxima.
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Militares venezuelanos deixam seus postos
De acordo com a “Veja”, quatro militares venezuelanos deixaram seus postos, neste sábado. Três membros da Força Armada Nacional da República Bolivariana da Venezuela (FANB) abandonaram seus postos na fronteira do país com a Colômbia.
Os militares estariam bloqueando a região, e se renderam a um grupo civil que tentava atravessar a fronteira. A FANB não se pronunciou sobre o assunto.
Um sargento da Guarda Nacional Bolivariana desertou depois de atravessar outra ponte que liga Cúcuta, cidade colombiana, à Venezuela.
Juan Guaidó convoca manifestações
Em sua conta do Twitter, o autodeclarado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, convocou a população se manifestar em massa pelas ruas do país, neste sábado (23).
O objetivo é pressionar as forças do ditador Nicolás Maduro a deixar que caminhões com ajuda humanitária.
Convocamos a todos a salir masivamente a la calle en todo el país, a manifestarse en paz en los cuarteles para exigirle a la #FANB que deje pasar la ayuda humanitaria.
Hagamos que hoy se escuche el clamor de todo un pueblo que quiere vida, futuro y libertad.
— Juan Guaidó (@jguaido) 23 de fevereiro de 2019
“Convocamos todos a sair massivamente pelas ruas em todo o país, a manifestar-se em paz para exigir a #FANB que deixe passar a ajuda humanitária. Vamos fazer hoje o grito de todo um povo que quer vida, futuro e liberdade”, declarou Juan Guaidó em sua conta do Twitter.
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Ajuda Humanitária do Brasil
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, afirmou neste sábado que aguarda que as forças venezuelanas permitam que o país receba a ajuda humanitária.
O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, determinou o fechamento da fronteira sul do país na última quinta-feira (21).
“A partir das 20h [21h no horário de Brasília] de hoje, quinta-feira, 21 de fevereiro fica fechada total e absolutamente até novo aviso, a fronteira com o Brasil. Vale mais prevenir do que lamentar”, declarou o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.
“Estamos na expectativa de que se permita o ingresso na Venezuela. No momento não temos expectativa de nenhum confronto. Temos a expectativa do momento de chegada, que nesse momento, uma luz se acenda e se abra a fronteira. Se não abrir, vamos consultar os representantes venezuelanos para ver o que fazer com esse carregamento”, afirmou o ministro.
Ernesto Araújo está em Pacaraima, em Roraima, cidade pela qual milhares de venezuelanos entraram no Brasil para fugir da crise.
Dentre os itens oferecidos no plano de ajuda humanitária, estão:
- Kits emergenciais de saúde, doados pelo Ministério da Saúde, compostos de medicamentos para doenças de baixa complexidade. Há analgésicos, antibióticos e insumos hospitalares, suficientes para auxiliar 6.000 pessoas e podem durar um mês.
- Arroz doado pelo governo dos Estados Unidos.
- Leite em pó doado pelo governo brasileiro.
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O fechamento com a fronteira do Brasil gerou confronto entre militares e um grupo de indígenas resistentes da Venezuela. A indígena Zorayda Rodriguez foi morta no confronto.
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