As vendas no varejo em abril registraram baixa de 31,8% em relação ao mesmo intervalo do ano passado. Dessa forma, a queda representa a maior da série histórica iniciada em 2001. O menor percentual de vendas para o mês, antes desse resultado, havia acontecido em janeiro de 2002 quando as vendas do varejo diminuíram 16,5%. As informações são da Serasa Experian e foram divulgadas nesta quarta-feira (3) pela “Agência Brasil”.
No acumulado do ano até abril, o varejo caiu cerca de 10,1% em comparação aos mesmos quatro meses do ano passado. O setor que mais caiu em abril foi o de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, que registrou uma retração de 39,9% ante o mesmo período do ano passado.
O setor de vestuário e calçados também sentiu os efeitos das medidas tomadas por conta da pandemia de coronavírus e teve uma queda de 39,6% nas vendas. Em seguida, o varejo de veículos, motos e autopeças caiu 33,1%; e o de material de construção 32,1%.
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Um dos setores do varejo que não sentiu tanto a queda de abril foi o de supermercados, alimentos e bebidas, que viu as vendas caírem 24,3% no mês. Os estabelecimentos que trabalham com vendas de combustíveis e lubrificantes tiveram queda de 19,3% no movimento.
O economista do Serasa Luiz Rabi, ressaltou que a queda no movimento foi impactada diretamente pela adoção das medidas de distanciamento social para combater a pandemia do novo coronavírus. “Com estabelecimentos comerciais de portas fechadas, lojistas viram seus estoques aumentarem e a demanda por produtos diminuir”, afirmou Rabi.
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O especialista também também apontou outro fator a queda das vendas no varejo, a crise na vida financeira das famílias. “Nesse momento de instabilidade em que muitos ficam inseguros em seus empregos, o brasileiro se retrai para o consumo não essencial. Até mesmo quem tem um poder de compra mais elevado acaba direcionando seus recursos para uma reserva de emergência”, concluiu Rabi.