Vendas no varejo caem 0,8% em julho, pior do que as projeções
O número de vendas no varejo caiu 0,8% em julho segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira (14) pelo IBGE.
Na comparação com julho de 2021, o recuo das vendas no varejo foi de 5,2%.
Com essa variação, o número ficou abaixo das projeções, já que o consenso Refinitiv estimava uma alta de 0,3% no comparativo mensal e 3,5% no comparativo com igual período do ano anterior.
De acordo com o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, trata-se da terceira queda seguida após meses de alta, mostrando uma retomada do varejo ainda irregular
“O setor repete a trajetória que vem acontecendo desde março de 2020, com alta volatilidade”, explica.
“Esse patamar já esteve muito mais alto. Em julho de 2021, apresentou 5,3% acima de fevereiro de 2020”, acrescenta Santos
A receita nominal do varejo restrito acumulou baixa de 1,6% em julho, ante junho. Na comparação com julho de 2021, houve alta de 10,3%.
Já no varejo ampliado – que contempla vendas de veículos e motos, partes e peças, e material de construção – o volume de vendas diminuiu 0,7% na passagem entre junho e julho, já descontados os efeitos sazonais.
A receita nominal do varejo ampliado recuou 0,1% em julho, frente a junho, na série com ajuste sazonal. Na comparação com julho de 2021, houve alta, de 7,8%.
“Esse perfil negativo do comércio varejista em julho está bastante disseminado pelas atividades. Em combustíveis, houve deflação, diminuição dos preços de combustíveis em julho. E isso acaba impactando”, conclui o gerente da pesquisa em referência a última leitura do IPCA.
Combustíveis são exceção no varejo ampliado
Dentre os setores que estão queda nos indicadores do varejo, encontram-se:
- Móveis e eletrodomésticos (-3,0%)
- Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,0%)
- Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-1,5%)
- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-1,4%)
- Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,6%)
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,5%)
Dentro do varejo ampliado, apenas a atividade de Combustíveis e lubrificantes (12,2%) mostrou crescimento.
“Resultado da política de redução do preço dos combustíveis”, justifica Santos, reiterando a deflação como um fator relevante para o varejo.