Vendas no varejo sobem 1,2% em julho, com busca por artigos de uso pessoal e doméstico (19,1%)
O volume de vendas do varejo no País cresceu 1,2% em julho, na comparação com junho, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje (10) pelo IBGE. Trata-se da quarta variação positiva consecutiva do indicador.
De acordo com o IBGE, no ano, o varejo acumula um crescimento de 6,6% nas vendas e nos últimos doze meses, cresceu 5,9%. “Apesar do avanço, o movimento intrasetorial do comércio é muito heterogêneo. Algumas atividades ainda não conseguiram recuperar as perdas na pandemia”, analisa o gerente da PMC, Cristiano Santos.
O gerente da pesquisa cita como exemplo os equipamentos e materiais para escritório, que ainda está 26,7% abaixo do patamar pré-pandemia, ou combustíveis e lubrificantes, que está 23,5% abaixo.
Mesmo assim, no contexto geral, o indicador veio acima do esperado pelos especialistas. Segundo o consenso Refinitiv, a expectativa era de alta de 0,7% das vendas do varejo em julho, na comparação com junho, e alta de 3,45% frente julho de 2020.
No relatório desta sexta, o IBGE apontou uma revisão importante para as vendas no varejo, com ajuste sazonal. Diferentemente do que foi divulgado em agosto, as vendas no varejo de junho apresentaram alta de 0,9%, não baixa de 1,7%.
Destaques do varejo em julho
Entre as oito atividades mapeadas na pesquisa do varejo, cinco tiveram taxas positivas em julho. A alta mais intensa foi a de artigos de uso pessoal e doméstico (19,1%).
“Vemos uma trajetória de recuperação dessa atividade, que acaba por fazer grandes promoções e aumentar a sua receita bruta de revenda, num novo momento de abertura e maior flexibilização do isolamento social, o que gera maior aumento da demanda”, explica Santos.
As seguintes categorias apresentaram alta no volume de vendas:
- artigos de uso pessoal e doméstico (19,1%)
- tecidos, vestuário e calçados (2,8%),
- equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (0,6%),
- hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,2%)
- artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,1%)
As atividades que reduziram o volume de vendas no varejo foram:
- livros, jornais, revistas e papelaria (-5,2%),
- móveis e eletrodomésticos (-1,4%), e
- combustíveis e lubrificantes (-0,3%).
No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, veículos e materiais de construção, o volume de vendas cresceu 1,1% em julho, frente a junho.
Esse aumento foi puxado pelo setor de veículos, motos, partes e peças (0,2%), enquanto material de construção variou negativamente (-2,3%).
Crescimento de 5,7% em um ano
Na comparação com julho de 2020, o comércio varejista cresceu 5,7%, quinta taxa positiva seguida. Esse resultado veio de tecidos, vestuário e calçados (42,0%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (36,8%), combustíveis e lubrificantes (6,4%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (4,8%).
“Por conta das quedas pronunciadas no período que marca o início da pandemia (de março a julho de 2020), o varejo apresentou ganho, sobretudo, nas atividades mais afetadas, como de tecidos, vestuário e calçados e outros artigos de uso pessoal e doméstico, que voltam a registrar taxas de dois dígitos no campo positivo”, comentou Cristiano Santos.
Quatro setores tiveram recuo no indicador na comparação anual, são eles: livros, jornais, revistas e papelaria (-23,2%), móveis e eletrodomésticos (-12,0%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,6%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,8%).
De acordo com o IBGE, a PMC produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do comércio varejista no País. A pesquisa investiga a receita bruta de revenda nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, e cuja atividade principal é o comércio de varejo.