As vendas no varejo caíram 19,9% em julho, descontada a inflação, em comparação com o mesmo período no ano passado, conforme foi divulgado nesta segunda-feira (17), pelo Índice Cielo Varejo Ampliado (ICVA). O estudo é feito a partir de dados dos serviços da empresa de maquininhas de cartão.
Apesar da queda nas vendas no varejo, esse foi o terceiro mês consecutivo de recuperação. O destaque positivo foi a aceleração de setores como transporte e vestuário. Por sua vez, o setor de móveis e eletrodomésticos apresentou leve desaceleração, depois de dois meses em recuperação.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou alta de 0,36% no mês passado. “É o maior valor do índice para julho nos últimos quatro anos”. No acumulado dos últimos 12 meses,a inflação foi 2,31%. Ao ponderar o IPCA pelos setores e pesos do ICVA, a inflação no varejo ampliado foi de 1,6% em julho.
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Descontada a inflação, o bloco que apresentou a maior aceleração do índice foi o de Serviços, seguido pelo de Bens Duráveis e Semiduráveis. No primeiro bloco, o destaque foi o segmento de Turismo e Transporte. No segundo, os setores de Vestuário e Materiais para Construção.
Já o setor de Bens Não Duráveis, depois de recuar em junho, voltou a ter uma leve aceleração em julho, principalmente nos setores de Drogarias e Farmácias, e Supermercados e Hipermercados.
Todas as regiões registraram queda nas vendas em relação a julho de 2019. Confira as retrações das regiões, segundo o ICVA deflacionado:
- Sudeste: -22,9%
- Nordeste: -21,5%
- Sul: -19,5%
- Centro-Oeste: -15,18%
- Norte: -4,9%
Já o ICVA nominal — que não considera o desconto da inflação — as regiões apresentaram as seguintes deflações:
- Sudeste: -22,4%
- Nordeste: -19%
- Sul: -17,3%
- Centro-Oeste: -14,1%
- Norte: -0,7%
“Mesmo sendo difícil prever a evolução da pandemia, os números sugerem que, em termos de impacto no comércio, o pior da crise já passou. Notamos, como destaque, alguma recuperação em setores de serviços, como Alimentação em Bares e Restaurante e também Turismo e Transportes, ainda que continuem apresentando uma queda bem maior que a média dos demais setores, já que foram mais afetados pelo isolamento social”, afirmou o superintendente-executivo de Inteligência da Cielo, Gabriel Mariotto.
Vendas no varejo cresceram 8% em junho, diz IBGE
O comércio varejista registrou uma alta no volume de vendas em junho frente ao mês de maio. O avanço nas vendas no varejo foi de 8% em relação ao mês anterior, na série com ajuste sazonal. Na série sem ajuste sazonal, em relação a junho do ano passado, o comércio varejista cresceu 0,5%. Os dados foram divulgados na última quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No acumulado dos últimos 12 meses, o crescimento do varejo foi de 0,1%. O volume de vendas no comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e de material de construção, teve alta de 12,6% em relação a maio, enquanto a média móvel do trimestre foi 3,9%. O comércio varejista ampliado, entretanto, apresentou um novo recuo, de 0,9%, a quarta taxa negativa, em relação a junho de 2019.
O mês de junho foi o segundo consecutivo em que os resultados foram menos impactados pelas medidas de isolamento social em decorrência da pandemia de Covid-19. Em relação aos relatos de justificativa da variação de receita das empresas, na amostra coletada pelo IBGE, 32,9% das companhias citaram o coronavírus como principal causa de modificação no valor das vendas no varejo.