Nos próximos dias, as empresas do segmento de construção civil devem divulgar seus resultados do segundo trimestre. Para a XP Investimentos, a venda de imóveis em estoque e o lançamento de novos empreendimentos podem fortalecer o lucro, aumentando a receita da maioria dessas companhias. Os analistas da XP pontuam que Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3), construtoras focadas no segmento de baixa renda, devem ser os destaques do período. Segundo eles, essas duas companhias podem apresentar expansão de receita líquida e manter margem bruta acima da média do setor.
“Esperamos resultados sólidos no resultado do 2t22 para a Cury, com receita líquida acelerando para R$ 567 milhões, em razão das fortes vendas líquidas em níveis recordes”, destaca Ygor Altero, head de real estate. Se confirmado, esse cenário representa um avanço de 27% em relação aos resultados do trimestre passado e 26% ao mesmo período de 2021.
Sobre a Direcional, o analista espera um aumento de lucro líquido na faixa de R$ 46 milhões, o que somaria uma alta de 13%. “Projetamos resultados positivos para a Direcional, impulsionados por seu excelente desempenho operacional, com vendas recorde de R$ 836 milhões. Esperamos que a receita cresça significativamente para R$ 540 milhões”, projeta Altero.
Outras construtoras de imóveis populares podem revelar resultados mais tímidos, como Plano & Plano (PLPL3), MRV (MRVE3) e Tenda (TEND3). “Estimamos um desempenho de receita positivo para a maioria dos nomes da cobertura, porém com margens brutas mais brandas devido a custos sob pressão, principalmente de mão de obra e matérias-primas; e maiores descontos para melhorar as vendas”, crava o analista.
De modo geral, as construtoras voltadas ao público de alta renda devem apresentar resultados neutros com poucos avanços em relação à receita divulgada no primeiro trimestre deste ano. O comportamento das vendas deve ditar o relatório de Cyrela (CYRE3), Lavvi (LAVV3), Melnick (MELK3), Trisul (TRIS3) e JHSF (JHSF3), diz a XP.
A Even (EVEN3) é uma exceção positiva entre as construtoras: é esperada uma alta de 38% na receita do trimestre, motivada também por um forte aquecimento nas saídas de estoque. Da EzTec (EZTC3), porém, projeta-se uma desaceleração de 19% no lucro líquido em relação ao trimestre passado, sobretudo pela fraca performance nas vendas de imóveis.