A venda de debêntures perpétuas da Vale (VALE3) foi concluída pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que obteve cerca de R$ 11,5 bilhões com a operação. Os títulos haviam sido emitidos pela mineradora em sua privatização, em 1997, e pertenciam ao banco e à União.
Conforme apurou o Estadão/Broadcast, o preço estabelecido para a venda ficou em R$ 53,50 por debênture, excluindo R$ 2,76 em dividendos que foram pagos há poucos dias. O resultado ficou abaixo das expectativas de mercado.
A demanda teria sido o equivalente a duas vezes a oferta base, que era de 142 milhões debêntures. Diante disso, observou uma fonte, o BNDES vendeu o lote adicional de 72,3 milhões de debêntures da Vale. No total, a oferta soma 214,3 milhões de unidades, ou 55% dos papéis emitidos pela companhia em 1997.
Essas debêntures não têm data de vencimento e oferecem uma remuneração de 1,8% sobre a receita líquida de algumas minas da Vale, sendo Carajás a mais importante delas. A oferta foi anunciada pelo BNDES no fim de março e teve o Bradesco BBI como coordenador do processo, com a participação de Citi, Banco Itaú BBA e JPMorgan Chase.
A venda de títulos da mineradora pelo banco do fomento faz parte de um plano de privatização de bens do Estado que é liderado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Processo seletivo da venda de títulos da Vale
A oferta envolveu 50 investidores qualificados, atendendo regras de ofertas restritas. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) dispensou os investidores do lock-up, como é chamado o período de restrição à negociação por 90 dias pelos compradores.
A Vale pretende fazer a recompra dessas debêntures, mas não participou da oferta feita pelo BNDES. Para conduzir a recompra, teve de alterar a escritura das debêntures, que originalmente não mencionava a possibilidade.