Veja as 5 razões que levaram às novas máximas das Bolsas de Valores

Mesmo com a pandemia do novo coronavírus (covid-19) assolando ainda o mundo, as Bolsas de Valores do planeta superaram novos recordes em novembro.

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O índice global de ações MSCI All Country World Index – que representa o desempenho de todas as Bolsas de Valores do mundo – entrou território desconhecido, superando os 610 pontos.

O S&P 500 atingiu sua máxima histórica de 3.626 pontos, assim como o Nikkei 225 da Bolsa de Tóquio, que chegou a 26.014 pontos, maior patamar dos últimos 30 anos. O Ibovespa, por sua vez, chegou a 107.248 pontos. Ainda longe da máxima histórica de mais de 120 mil pontos, mas a maior alta desde o começo da crise do coronavírus.

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Também a capitalização das Bolsas de Valores cresceu enormemente, e pela primeira vez ultrapassou os US$ 95 trilhões (cerca de R$ 530 trilhões). Muito além do Produto Interno Bruto (PIB) de todo o planeta, que está por volta de US$ 83 trilhões.

Para se ter uma ideia da alta acumulada no ano pelos mercados acionários, basta considerar que no final de março, no momento mais crítico do “contágio financeiro” da pandemia, a capitalização tinha caído para menos de US$ 60 trilhões.

Momento positivo para as Bolsas de Valores

É claro que cada Bolsa tende a brilhar de luz própria, na base da qualidade e quantidade das ações que detêm listadas.

Entretanto, é evidente que este momento parece positivo para os mercados financeiros. Mesmo se muita gente comece a se perguntar quando haverá uma correção.

Na verdade, haveria pelo menos cinco razões pelas quais uma fase favorável (às vezes perigosamente eufórica) como essa pode manter esse patamar pelo menos no curto prazo.

Primeiro fator: a vacina

Em primeiro lugar, as Bolsas de Valores são impulsionadas pelo efeito-anúncio da vacina contra o coronavírus.

A forte alta nos mercados começou na semana passada, após os anúncios da Pfizer e da Moderna..

Agora os investidores estão agora esperando informações sobre as vacinas da Astrazeneca e Regeneon.

Os mercados gostam da concorrência entre os produtores do remédio, e do fato de que pode haver um portfólio de soluções para contrastar o covid-19.

Segundo: o petróleo

O segundo fator de alta vem do petróleo.

A OPEP+ parece disposta a estender os cortes de produção, e isso beneficia o preço do petróleo e as ações das empresas do setor.

Entretanto, embora esteja em recuperação, o setor continua entre os piores do mercado desde o início do ano, e tem muito espaço para crescer.

Terceiro: Bancos Centrais

Terceiro elemento que está impulsionando as altas são os Bancos Centrais.

O Federal Reserve (Fed) já injetou mais de US$ 7 trilhões na economia dos EUA (cerca de 34% do PIB da primeira economia do mundo.

Por sua vez, o Banco Central Europeu (BCE) já ultrapassou os 6,8 trilhões de euros, ou 64% do PIB da zona do euro.

Dezembro será um mês importante, já que os investidores esperam novas medidas dos dois principais bancos centrais do mundo. No dia 10 a reunião do comité de política monetária do BCE, e no dia 16 a do Fed.

O mercado espera que esse tsunami de liquidez continue pelo menos até 2022. Isso pois os preços dos ativos financeiros se baseiam cada vez mais nessa política monetária ultra-expansionista.

Quarto: economia real

Mas muitos investidores começam a olhar com otimismo também para a retomada da economia real.

Os dados econômicos da China são animadores, e alta nas cotações de algumas matérias-primas (como o cobre ou o minério de ferro) que costumam antecipar o início de um ciclo positivo está animando os mercados.

E até mesmo no Brasil a indústria está dando sinais positivos, com o otimismo dos empresários, utilizo da capacidade produtiva e até novos investimentos programados.

Quinto: window dressing

O quinto ponto é o window dressing de alguns fundos, que até agora perderam o bonde das altas do ano.

Muitos investidores, incluindo grandes fundos de hedge, farão de tudo daqui até o final do ano para melhorar seu desempenho.

Um dado sobre todos: o caixa nas carteiras dos grandes gestores, segundo as últimas apurações do Bank of America, caiu para 4,1%.

Um sinal de que os investidores estão comprando ações em quantidade.

Entretanto, quando se chega por volta de 4%, ou se supera esse limite, começa um movimento oposto, pois os gestores tentam reduzir sua exposição a riscos.

Por isso, sem excluir a hipótese de uma correção no final de novembro, até o dia 31 de Dezembro o mercado está aguardando mais notícias positivas do que sinais adversos.

Mas quando as Bolsas de Valores conquistam máximas inéditas, e, por outro lado, os PIBs do mundo colapsam para o pior nível desde a Segunda Guerra Mundial, há algo a ser ponderado.

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Carlo Cauti

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