Ao comentar sobre a possibilidade da chegada da nova variante da Covid-19 encontrada na África do Sul, batizada de “ômicron” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta que “o Brasil e o mundo não aguentam um novo lockdown”, como está sendo implementado em países da Europa e cogitado em outros no continente.
“Tudo pode acontecer. Uma nova variante, um novo vírus. Temos que nos preparar. O Brasil, o mundo, não aguenta um novo lockdown. Vai condenar todo mundo à miséria e a miséria leva à morte também. Não adianta se apavorar. É encarar a realidade> o lockdown não foi uma medida apropriada. Em consequência da política do ‘fique em casa e a economia vê depois’, a gente está vendo agora. Estamos tendo problemas”, disse Bolsonaro.
A opinião do presidente não reflete o consenso de autoridades da saúde pública, que reforçam medidas de distanciamento social como forma de conter a transmissão do vírus.
Sobre a possibilidade de fechar fronteiras, o presidente disse que não tomará nenhuma “medida irracional”. Também afirmou que não tem ingerência sobre a realização de festas de carnaval, que são afeitas aos níveis estaduais e municipais de governo.
“Eu vou tomar medidas racionais. Carnaval, por exemplo, eu não vou. A decisão cabe a governadores e prefeitos. Eu não tenho comando no combate à pandemia. A decisão foi dada, pelo STF (Supremo Tribunal Federal), a governadores e prefeitos. Eu fiz a minha parte no ano passado e continuo fazendo. Recursos, material, pessoal, questões emergenciais, como oxigênio lá em Manaus”, disse.
Segundo ele, o Brasil é um dos países que melhor estão saindo na economia na questão da pandemia. “Nós fizemos nossa parte. Se o meu governo não tiver alternativas, todo mundo vai sofrer, sem exceção. Não vai ter rico, pobre, classe social. Temos certeza de que dá para resolver esses problemas. Eleições são em outubro do ano que vem. Até lá, é arregaçar as mangas, trabalhar. Tem 210 milhões de pessoas no Brasil que, em grande parte, dependem das políticas adotadas pelo governo”, ressaltou.
Sobre a aprovação da PEC dos Precatórios – dívidas públicas com ordem judicial de pagamento, a maioria com muitos anos de atraso -, Bolsonaro frisou que não prejudicará os mais pobres.
“Dívidas de até R$ 600 mil, nós vamos pagar. Nenhum pobre, que há 20, 30, 40 anos tem dinheiro para receber, vai ficar sem receber. Agora, quem tem para receber mais de R$ 600 mil, e só Deus sabe como aparece esse precatório, nós vamos parcelar isso daí”, disse.
Variante ômicron derruba o Ibovespa na mínima do ano
A nova variante do coronavírus levou os mercados globais a um grande movimento de aversão ao risco nesta sexta-feira (26). O Ibovespa caía cerca de 3,65% às 14h, de volta aos 101.974 pontos. Em Nova York, as perdas estão em torno de 2%, em dia que as bolsas fecham mais cedo por causa da Black Friday.
A nova variante, Omicron, assusta os mercados devido à sua forte capacidade de mutação. A preocupação é de que esta cepa seja resistente à vacina por esse motivo.
Com a notícia, o Ibovespa devolveu seus ganhos dos últimos dias e retornou aos 101 mil pontos, acompanhando o pessimismo dos mercados internacionais.
Às 16h48, a variante Omicron empurrou o Ibovespa em tombo de 3,51%, segurando os 102.090 pontos. Na mínima do dia, o índice de ações chegou a 101.494 pontos, após cair 4,08%.
(Com informações da Agência Brasil)