A Confederação Nacional do Comércio (CNC) fez um estudo apontando que o varejo do Brasil já perdeu cerca de R$ 53,3 bilhões, referente a produtos não essenciais, desde o início do isolamento social para combater a pandemia do novo coronavírus (covid-19). A informação foi divulgada nessa terça-feira (7).
Em comparação com o mesmo período do ano passado, o varejo brasileiro apresentou uma retração de 46,6%. O economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, informou que “foi praticamente a metade da receita de vendas obtida no mesmo período do ano passado até hoje, 7 de abril”.
A pesquisa também foi coordenada por Bentes, que estudou os efeitos causados pela paralisações dos comércios de produtos não essenciais no varejo, em 10 estados brasileiros. Além disso, ele considerou para o estudo:
- O período em que o isolamento social entrou em vigor;
- Os setores mais afetados pela paralisação dos comércios;
- A venda média por dia, em comparação com o ano anterior.
Ele concluiu que “o varejo neste ano já era”.
Os estudos apontaram que São Paulo foi o estado brasileiro que mais apresentou perdas, onde as lojas de bens não essenciais perderam cerca de R$ 25,64, ou seja, ganhou 48,5% a menos que em 2019 na mesma época do ano.
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Ademais, confira os estados que mais deixaram de ganhar com o varejo, devido a pandemia, até agora:
- Minas Gerais, perdeu cerca de R$ 8,34 bilhões;
- Rio de Janeiro, deixou de lucrar cerca de R$ 6,75 bilhões;
- Santa Catarina, quarto estado que mais deixou de ganhar, acumulou um total de R$ 4,8 bilhões em perdas.
Entretanto, o economista chefe informou que a retração total no ano ainda é difícil de prever, pois ainda não se faz conhecido o tamanho do problema e como ficará a confiança dos consumidores, nem como será em relação aos empregos.
Sobre o e-commerce, Bentes salientou que esse não conseguirá compensar as perdas, no curto prazo, devido a baixa circulação de consumidores. Além disso, mesmo antes da pandemia, as vendas online somavam apenas 5% do varejo total.
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Em contrapartida, os comércios essenciais, tais como farmácias e supermercados, apresentaram uma menor queda nas vendas pois, segundo Bentes, se as pessoas tiverem metade da renda usual, não comprarão um carro.
Varejo brasileiro perde R$ 25,3 bilhões em março
A CNC informou, no último dia 24, que apenas na segunda quinzena de março, o comércio de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Brasília perderia R$ 25,3 bilhões devido ao novo coronavírus.
Essas quatro regiões correspondem a 52% do faturamento anual de todo o setor. Em São Paulo, por exemplo, os efeitos do coronavírus poderão gerar perdas de R$ 15,67 bilhões ao setor.
Entretanto, a confederação informou que “projetar a gravidade e a extensão da atual crise sobre a economia e, mais especificamente, sobre o varejo esbarra na dificuldade de se estimar, neste momento, a magnitude da pandemia de coronavírus no país”.