O patrimônio líquido dos segmentos de varejo e private banking cresceu 12,05% no ano passado e chegou a R$ 3,263 trilhões. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (6) pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
De acordo com a associação, o maior avanço ocorreu no segmento de private banking, com alta de 20,9%, a R$ 1,307 trilhão. Já no varejo de alta renda, o crescimento foi de 13,2%, para R$ 987,9 bilhões. Por fim, o varejo tradicional passou para R$ 968,3 bilhões após um aumento de 1%.
A caderneta de poupança, alternativa principal utilizada pelo varejo como um todo, avançou 7,2% em dezembro de 2019 quando comparado ao mesmo período do ano anterior, para R$ 783,2 bilhões.
No mesmo período, os fundos de investimento também ganharam um espaço maior, com alta de 10%, para R$ 655,3 bilhões. Os títulos e valores mobiliários cresceram 2,6% e somaram R$ 517,7 bilhões.
Investimentos por setor do varejo
No varejo de alta renda, as ações representavam 5,5% em 2018. No entanto, subiram para 7,2% no ano passado. Em contrapartida, os investimentos em renda fixa caíram de 35,9% para 33,4%.
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No varejo tradicional, a poupança continuou com participação majoritária, mesmo ao passar de 64,6% em 2018 para 68,2% no ano passado. Além disso, os fundos de renda fixa caíram de 16,1% para 12,6%.
Já no segmento de private banking, os investimentos em fundos aumentaram 22,8% em dezembro do ano passado ante o mesmo período do ano anterior, a R$ 664,4 bilhões. O avanço das aplicações em ações foi de 52,1%, para R$ 223,6 bilhões. Já os investimentos em renda fixa apresentaram o menor crescimento, de somente 0,7%, somando R$ 275,8 bilhões. A previdência aberta subiu para 20,5% e somou R$ 138,3 bilhões.
Mercado de investimentos deve avançar em 2020
De acordo com o presidente do fórum de distribuição da Anbima, Jóse Ramos Rocha Neto, o patrimônio líquido do varejo e do private banking deverá continuar avançando neste ano. A alta deverá ser impulsionada pelo aumento da participação e valorização de ações nas carteiras.
Rocha Neto salientou, no entanto, que o cenário externo pode trazer riscos para o ambiente econômico otimista no Brasil.
“O que se percebe é que todos os indicadores apontam para um PIB superior ao do ano passado e, naturalmente, isso significa mais dinheiro para a economia, fazendo com que um pedaço dos recursos venha para o mundo dos investimentos. Provavelmente, o destaque deve ser a renda variável. Há indicações que o Ibovespa até o fim do ano tenha um crescimento robusto” afirmou o presidente sobre os investimentos do varejo e private banking em 2020.