O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou, nesta quinta-feira (21), que dados preliminares do varejo e do Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo BC, apontam para uma forte queda da atividade econômica no País.
Em uma reunião com representantes das instituições dos Comitês de Indústria, Campos Neto lembrou que as primeiras informações sobre dados econômicos das economias emergentes apontam para uma forte recessão, em razão dos impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
O presidente da autoridade monetária central chamou atenção para o fato de que, frente aos problemas externos e do cenário doméstico, o fluxo de capital e moeda para o Brasil foram fortemente impactados. Ele avaliou também que a cotação do dólar oscila de acordo com o mercado, mas que a autoridade monetária pode intervir para corrigir distorções. “O câmbio é flutuante. Podemos aumentar a atuação [do Banco Central] se entendermos que é necessário” disse, segundo relatou a Agência Estado.
Em sua apresentação, Campos Neto salientou que as informações dispostas da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de que a conjuntura econômica indica a necessidade do estímulo monetário “extraordinariamente elevado”, mas que existem potenciais limitações para o grau de ajuste adicional.
Segundo ele, para a próxima reunião do Copom, “condicional ao cenário fiscal e à conjuntura econômica, o Comitê considera um último ajuste, não maior do que o atual, para complementar o grau de estímulo necessário como reação às consequências econômicas da pandemia da Covid-19”.
Em seu último encontro, o Copom cortou a taxa básica de juros da economia (Selic) em 0,75%, trazendo-a para o patamar mais baixo da série histórica, em 3%.
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A decisão de cortar a Selic foi tomada pela unanimidade dos membros do Copom. Segundo o comunicado divulgado pelo BC, “o Comitê entende que, neste momento, a conjuntura econômica prescreve estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reforça que há potenciais limitações para o grau de ajuste adicional”.
De acordo com a autoridade monetária central, liderada por Roberto Campos Neto, o corte da taxa de juros foi estimulada pelo cenário externo, “onde a pandemia da Covid-19 está provocando uma desaceleração significativa do crescimento global, queda nos preços das commodities e aumento da volatilidade nos preços de ativos”.