Grandes varejistas brasileiras, com forte atuação no e-commerce, estariam planejando uma ação contra o Mercado Livre (MELI34) no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), segundo coluna da revista Veja publicada nesta segunda-feira (8).
O motivo seria o fato de a gigante argentina do comércio eletrônico, atual maior empresa da América Latina, não exigir nota fiscal de todos os produtos comercializados em seu marketplace. O Mercado Livre, com isso, estaria sendo beneficiado.
O argumento das varejistas é que, com a falta da documentação, a empresa pode lucrar até três vezes mais do que os rivais que emitem notas fiscais. O companhia argentina pode estar saindo na frente dos seus competidores que trabalham apenas com produtos formalizados e, por isso, praticando uma concorrência desleal.
A ofensiva irá partir por meio do Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV). A instituição já foi presidida por Flávio Rocha, dono da Riachuelo, que nunca escondeu sua antipatia pelo Mercado Livre. Rocha constantemente chamava a plataforma de “camelódromo digital”.
Ainda segundo a Veja, o atual presidente do IDV afirma que levará a questão do Mercado Livre ao Cade por pedidos de associados que defendem o tema.
Mercado Livre tem investido no Brasil
A multinacional argentina não esconde que, nos últimos tempos, tem avançado no Brasil. Em novembro do ano passado, a companhia anunciou que abriria cinco novos centros logísticos no Brasil. Em dezembro, foi anunciada a compra de 51 carros elétricos para a realização de entregas no país.
Além disso, o Mercado Livre vem avançando também nos serviços financeiros. No meio de janeiro, a empresa fechou acordo com a CrediHome para oferecer simulações de financiamentos de imóveis em sua plataforma. Em novembro do ano passado, o Banco Central concedeu à empresa argentina permissão para atuar como instituição financeria.
Após a notícia, as ações do Mercado Livre na NASDAQ caem 2,80% às 13h30. No Brasil, o BDR cai 2,91%, negociado a R$ 83,89.