Após Americanas (AMER3) e Tok&Stok, varejista com dívidas milionárias dá calote no aluguel
Mais uma empresa do varejo deu calote no aluguel. Após a Americanas (AMER3) e a Tok&Stok deixarem de quitar suas dívidas, foi a vez de a Marisa (AMAR3) não pagar o seu compromisso mensal com o fundo imobiliário Brasil Varejo (BVAR11). A varejista de moda conta com dívidas avaliadas em R$ 600 milhões.
Em comunicado publicado nesta sexta (17), os gestores do BVAR11 destacaram que o aluguel da Marisa correspondente ao mês de janeiro, cujo vencimento ocorreu em fevereiro, segue aberto.
Segundo a Rio Bravo Investimentos, administradora do fundo imobiliário, a Marisa corresponde a 81,47% da receita imobiliária do FII.
“A inadimplência representa um impacto negativo no resultado do fundo de aproximadamente R$ 5,95 por cota”, ressaltou a Rio Bravo no comunicado.
A Rio Bravo ressalta que, durante o mês de fevereiro, até a divulgação deste fato relevante, não recebeu nenhuma comunicação prévia da locatária [Marisa] sobre o não pagamento, assim como o consultor imobiliário também não recebeu notificações sobre o assunto.
No informe, os responsáveis pelo BVAR11 afirmaram que estão preparando todas as medidas cabíveis para a cobrança da Marisa e buscando a regularização do atraso.
O Suno Notícias questionou a Marisa sobre o caso e a empresa respondeu: “A companhia está em processo de aprimoramento do seu modelo de negócios e decidiu priorizar pagamentos e/ou renegociar contratos, afetando alugueis (predominantemente dos imóveis pertencentes ao grupo de controle da companhia). Em breve os pagamentos serão normalizados. “
Varejo em crise, calote e reflexos no aluguel
Após a explosão da crise na Americanas, empresas do varejo também começaram a apresentar problemas financeiros, o que impactou no pagamento dos aluguéis.
Nesta semana, o fundo imobiliário Vinci Logística (VILG11) iniciou uma ação de despejo contra a Tok&Stock por causa da falta de pagamento do aluguel do condomínio logístico Extrema Business Park I, localizado em Extrema (MG).
Segundo informações do Estadão/Broadcast, as dívidas da Marisa somam cerca de R$ 600 milhões. Assim, a varejista está realizando uma renegociação direta com os credores, que estão receptivos, de acordo com as fontes. Na lista de credores da Marisa estariam bancos como Bradesco (BBDC4), Safra, Daycoval, Alfa (BRIV4), ABC Brasil (ABCB4), Itaú (ITUB4) e Caixa.
Na quinta (16), a Marisa anunciou uma reformulação na sua diretoria, e o executivo João Pinheiro Nogueira Batista assumiu a liderança do negócio. No comunicado publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a varejista não comentou o atraso no aluguel, mas reforçou que está aprimorando seu modelo de negócios junto com assessores externos.