Recentemente, o PicPay adiou sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) nos Estados Unidos para 2022 ou 2023. Antes, a ideia era abrir capital ainda neste ano, mas segundo a coluna Broadcast, não foi possível seguir na operação por conta da rigidez na governança corporativa.
Os investidores norte-americanos pediram um desconto maior ao PicPay por conta de sua liderança, diretamente ligada à J&F, dos irmãos Batista. O valuation estimado da empresa caiu de US$ 25 bilhões para menos de US$ 8 bilhões, uma baixa de quase 70%, de acordo com a coluna.
Essa teria sido a razão pela qual nenhum banco de investimento estadunidense integrou a operação.
Os bancos dos Estados Unidos seguem rígidas regras no combate à corrupção, e se associar com controladores que reconhecem em delações premiadas terem praticado atos ilícitos não é um bom sinal, segundo o Broadcast.
Para que os bancos pudessem participar, seria necessário que a gestão e o Conselho fossem trocados, junto a novas regras de compliance.
Sem as instituições norte-americanas, estavam ativos na oferta os bancos BTG Pactual (BPAC11), Santander (SANB11), Bradesco BBI e o britânico Barclays.
A princípio, foi veiculado que a desistência para o IPO neste ano ocorreu em função da aversão a mercados emergentes, frente à chance de alta nas taxas de juros norte-americanas. Contudo, segundo a coluna, as práticas ligadas ao ESG se mostram cada vez mais práticas.
J&F prepara aporte de R$ 3 bilhões no PicPay
Buscando promover a abertura de capital da empresa, a J&F pretende fazer um aporte de R$ 3 bilhões no PicPay. Atualmente, a maior necessidade da empresa é de caixa, já que o prejuízo foi de R$ 803 milhões no acumulado de 2020.
Em março, a fintech passou do Banco Original para a J&F. Na visão do PicPay, a reestruturação aumentou a governança, com a simplificação da estrutura societária.
A companhia também diz que os irmãos batista não a controlam e não possuem nenhuma pendência jurídica nos Estados Unidos.
O PicPay segue sendo regulado pelo Banco Central (BC) e, ficando independente do Original, possui mais espaço na busca por parcerias de negócios com outras instituições, diz a fintech.
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