A XP Investimentos, em relatório divulgado nesta quinta-feira (4), definiu como positivo o acordo feito pela Vale (VALE3) com o governo estadual de Minas Gerais sobre a reparação por Brumadinho. A mineradora terá de desembolsar uma quantia mínima de R$ 37,7 bilhões.
Para os analistas Yuri Pereira e Thales Carmo, os termos acertados pela Vale para reparar a tragédia de Brumadinho não afetarão as previsões para a companhia e, por isso, foram mantidas a recomendação de compra e o preço-alvo em R$ 122. A XP, entretanto, vê uma possibilidade de o dividendo mínimo diminuir para 7,5% do lucro em 2021, em vez de 9%.
A corretora, entretanto, mantém seu cenário base com a projeção anterior. “É importante destacar que nosso cenário base permanece considerando um retorno com dividendos de 9% para 2021, com forte balanço patrimonial da Vale e geração robusta de caixa daqui para frente”, afirma o documento.
A XP Investimentos, para a sua avaliação da empresa, leva ainda em consideração que a relação entre a dívida líquida e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) fique em 0,4x em 2020 e o que o preço do minério de ferro, principal produto da Vale, fique próximo a US$ 135 a tonelada.
Para Fitch, acordo da Vale em Brumadinho não afetará ratings da empresa
Ontem, a agência de classificação de riscos Fitch Rating, afirmou que o acordo de R$ 37,7 bilhões não impactará no rating da Vale. A agência pontuou a existência de provisões e, com o acordo, a liberação de depósitos judiciais já existentes.
Além disso, os analistas também consideram que a Vale deve se beneficiar da alta do preço do minério e do avanço da China, que vem batendo recordes na produção de aço.
A projeção da agência de classificação de risco é de que o Ebitda da Vale será de aproximadamente US$ 28 bilhões neste ano. O cálculo utiliza uma hipótese conservadora de preço de minério de ferro de US$ 115 por tonelada.
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