Em novo relatório sobre a Vale (VALE3), os analistas do UBS-BB reduziram suas perspectivas para a empresa, citando preocupações com o minério de ferro.
A casa rebaixou as ações da Vale (VALE3) de “compra” para “neutra”, e cortou o preço-alvo dos ADRs negociados em Nova York de US$ 14 para US$ 11,50.
Os analistas destacaram que a Vale avançou significativamente em 2024, melhorando sua eficiência operacional, resolvendo o litígio da Samarco no Brasil e nomeando um novo CEO.
Além disso, enxergam enxergam potencial para avanços adicionais nos próximos seis meses, incluindo o fortalecimento das relações governamentais para facilitar questões como o novo acordo de concessão ferroviária.
Por outro lado, a casa mantém preocupações quanto aos fundamentos do minério de ferro no médio prazo, citando possíveis quedas no preço. O relatório afirma que as exportações de aço da China estão sujeitas a restrições globais, o que dificilmente seria compensadas por estímulos.
Vale lembrar que, no fim da semana passada, a China anunciou planos para ajudar governos locais endividados e decepcionou os mercados, que esperavam medidas de estímulo mais agressivas, principalmente após a vitória do republicano Donald Trump na eleição presidencial dos EUA.
Além disso, o UBS-BB espera que os dividendos da Vale sejam retomados apenas entre 2025/26, momento no qual deve haver fluxo de caixa livre excedente para sustentar esses pagamentos.
Com uma projeção de preço de US$ 100 por tonelada de minério de ferro, a casa estima um fluxo de caixa livre (FCF) de cerca de 3% e um dividend yield próximo de 7% para 2025.
“Diante dos crescentes riscos macroeconômicos após as eleições nos EUA, reduzimos nossas previsões para o prêmio do minério de ferro e o volume de pelotas para 2025 e 2026, além de cortarmos nossa projeção de Ebitda para esses anos em cerca de 9%”, complementa o UBS-BB em relatório.
Por volta das 11h desta segunda-feira (11), a Vale operava em queda de 1,81% no Ibovespa, com as ações cotadas a R$ 59,48.