A Vale (VALE3) divulgou seu resultado trimestral nesta semana, mostrando US$ 1,68 bilhão de lucro, cifra que veio abaixo das projeções do consenso do mercado, assim como outras linhas relevantes do balanço, como Ebitda e receita líquida.
Apesar desse cenário e do contexto de queda das ações da Vale, o fundador e chairman da Suno, Tiago Reis, comenta que se mantém otimista com sua tese sobre a mineradora.
Indagado sobre a possibilidade de os papéis voltarem a cerca negociados acima de R$ 100, o fundador da Suno diz que “sim, é possível”, especialmente se considerada a estratégia de recompra de ações e os dividendos ao longo tempo – compondo o que é conhecido como ‘total return’.
Para o especialista, olhar puramente para os números de curto prazo seria uma análise míope, e que dispensaria todo o potencial da Vale.
Tiago comenta que, em um cenário em que a companhia consiga mostrar um bom crescimento e surfar melhor um cenário favorável, os papéis VALE3 poderiam voltar a superar a cotação de R$ 100.
“É muito previsível o resultado trimestral, já que ela solta seu relatório de produção e o preço do minério e do câmbio são públicos. Com esses dados dá para fazer uma planilha e chegar aos resultados da companhia sem muitas surpresas. Eu não olho o resultado do trimestre, estou olhando para os próximos cinco, dez, quinze anos”, comenta.
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“Quando eu olho isso, vejo uma empresa ultra competitiva, com reservas de minério mais puras do mundo, que tem um valor muito grande e deve subir ainda mais”, completa.
Reis comenta que “não tem dúvidas” de que haverá uma forte demanda pelo minério de ferro da Vale pelos próximos anos e décadas e cita um fator macroeconômico que deve favorecer a companhia: o fato de que diversos países, como a Índia, devem ter grande demanda por causa do seu crescimento econômico esperado e pelo fato de serem países com uma renda per capita semelhante à da China em anos passados, durante o boom das commodities.
Além disso, ressalta que apesar dos solavancos na bolsa de Dalian nos últimos meses, o minério de ferro segue com uma cotação próxima da média dos últimos 10 anos (cerca de US$ 120 por tonelada).
Dividendos da Vale são satisfatórios?
Conforme dados do Status Invest, os dividendos da Vale representam um dividend yield (DY) de 11,1%, com R$ 6,98 pagos por ação no acumulado dos últimos 12 meses.
Tiago Reis comenta que é possível que a companhia até mesmo incremente os dividendos no futuro.
“A Vale poderia aumentar, se ela quisesse. O que eu acredito que a administração da Vale tem feito: eles têm mantido um dividendo constante e ao longo do tempo. Se as ações estão baratas, fazem programas de recompra”, explica.
Segundo Reis, essa é uma prática muito comum nos Estados Unidos, e a impressão é de que a mineradora tem seguido uma estratégia nessa linha.
Cotação de VALE3
As ações da Vale sobem 3,5% em uma janela de 30 dias, cotadas a R$ 62,74. Em uma janela maior, de 12 meses, os papéis recuam 12,5%, contudo.
Cotação VALE3