Em um relatório divulgado nesta quinta-feira (6), o Santander revisou suas recomendações para algumas mineradoras e siderúrgicas, com a expectativa de que os preços do minério de ferro e alumínio permaneçam elevados. Nesse contexto, o banco elevou a recomendação da CSN Mineração (CMIN3) e da Companhia Brasileira de Alumínio (CBAV3) de neutra para outperform (equivalente a compra), com um preço-alvo de R$ 7,50 e R$ 10,00, respectivamente. A Vale (VALE3) continua como a principal escolha dos analistas.
Em relação à CBA, o Santander diz estar otimista com o mercado de alumínio, com os preços permanecendo altos por mais tempo após as sanções dos EUA/Reino Unido sobre o alumínio russo, uma demanda global melhor do que o esperado e um ambiente de baixos estoques.
No relatório, o banco projeta que os preços do London Metal Exchange (LME) se mantenham elevados, podendo atingir US$ 2.600 por tonelada até o final de 2024, com uma média de US$ 2.500 por tonelada ao longo do ano.
Dessa forma, os analistas do Santander esperam volumes de vendas de alumínio primário mais altos em 2024 para a CBA por causa da reforma das salas de forno da empresa no ano anterior. “Com esses volumes mais altos, melhores preços realizados e margens devido à diluição dos custos fixos, esperamos que o Ebitda ajustado da CBA em 2024 atinja R$1,4 bilhão, 18% acima do consenso”. Ebitda é a sigla de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização.
Além disso, é estimado que a relação dívida líquida/Ebitda caia significativamente de 7,9x no 1T24 para 2,1x no 4T24. “Vemos a CBA sendo negociada a 5,3x EV/Ebitda em 2024, 27% abaixo da média de pares de alumínio e em linha com seus níveis históricos”, comenta o Santander.
Quanto à CSN Mineração, os analistas revisaram a recomendação da CMIN3 devido à expectativa de preços do minério de ferro permanecerem elevados e ao rendimento de dividendos projetado em 10%. Eles destacaram o projeto P15, que aumentará a produção em 15 milhões de toneladas por ano a partir de 2027. “A CSN Mineração está sendo negociada a um múltiplo de 3,7 vezes o EV/Ebitda estimado para 2024, um desconto de 8% em relação à sua média histórica”, pontua o banco.
Vale: Santander coloca ação da mineradora como “top pick”
O Santander reiterou a Vale como sua principal escolha de investimento, mantendo a recomendação de desempenho superior para a empresa, com um preço-alvo de US$ 18 para os ADRs da Vale.
A previsão é de que o preço do minério de ferro alcance US$ 130 por tonelada no final de 2024, com uma média de US$ 120/t para o ano.
O banco também menciona uma estimativa de rendimentos dos dividendos da Vale em torno de 8% para este ano, juntamente com uma maior visibilidade em relação às provisões, além de destacar a melhora operacional e seus benefícios para a diluição de custos.
Em termos de avaliação, o Santander considera que a Vale está sendo negociada a 3,5 vezes o valor da firma (EV)/Ebitda para 2024, o que representa um desconto de 30% em relação à média de seus pares australianos.
Ações estão descontadas: Vale e mais ações para investir, segundo Santander
Para refletir o novo cenário com taxas mais altas, os analistas do Santander detalham algumas mudanças feitas na alocação setorial das ações para investir em junho.
Um dos pontos foi o aumento à exposição de ativos com o foco no potencial de crescimento do valor da empresa. Com isso, aumentou-se o peso das ações da Vale nas carteiras do banco, “que gostamos devido à perspectiva melhorada para a China.”
Além da Vale, a Totvs (TOTS3) tem uma perspectiva otimista, assim como a Raia Drogasil (RADL3), impulsionadas pela receita e lucros.
As ações da Prio (PRIO3) foram substituídas pela 3R (RRRP3), em razão do processo de fusão com Enauta (ENAT3) e oferece um fluxo de caixa livre (FCF) sólido de 35% para a NewCo.
A preferência do Santander no momento recai por empresas com crescimento sólido dos lucros e uma potencial reavaliação das valorizações.
“A maioria dessas empresas está atualmente negociando com um desconto significativo em relação às suas valorizações históricas, e suas valorizações são altamente sensíveis às taxas de juros”, afirmam os analistas.
No mês de junho a Vale e Petrobras concentram maior peso na carteira de dividendos do Santander. Leia as carteiras recomendadas: