O Santander divulgou sua nova carteira recomendada com foco em dividendos para outubro, e as ações da Vale (VALE3) figuram no portfólio. Em relatório, a casa reforçou o otimismo com a empresa.
O Santander afirma esperar que a demanda por minério de ferro de alta qualidade continue “decente” no curto prazo, beneficiando a companhia.
Em relação ao minério no mercado internacional, a casa mantém visão construtiva sobre os preços da commodity a médio prazo.
“A nossa tese é orientada pela restrição de oferta, uma vez que os persistentes desafios de suprimento (por exemplo, ramp-up da Vale, ESG em destaque, falta de novos projetos, entre outros) devem sustentar os preços do minério de ferro acima de US$ 100/t por mais tempo”, projetam os analistas.
O Santander estima o preço do minério de ferro em US$ 120 por tonelada em 2024, e reforça as ações da Vale (VALE3) como “top pick” no setor de siderurgia e mineração.
“Além disso, vemos a Vale negociando a um valuation atraente (EV/EBITDA 2025E de 3,7x, rendimento de FCL de 14% e dividend yield de 10,5%), um desconto de 29% em relação aos pares globais”, diz o relatório.
Os analistas afirmam ainda que, embora os estímulos monetários anunciados recentemente pelo Banco Central Chinês (PBoC) sejam parecidos com os esforços já lançados anteriormente, não descartam que ativos ligados à economia chinesa especialmente ações de mineradoras, siderúrgicas e fabricantes de celulose) estendam o rali observado após o anúncio.
Assim, entre os principais direcionadores para as ações VALE3, o Santander cita:
- Retomada mais forte da atividade industrial na China;
- Recuperação dos preços do minério de ferro em níveis mais elevados;
- Distribuição de dividendos da Vale e programas de recompra de ações;
- Destravamento de valor com venda minoritária da divisão de Metais Básicos
Já entre os riscos para a tese, a casa destaca:
- Redução significativa na produção de aço chinesa, levando a uma queda da demanda por minério de ferro, considerando que a China representa aproximadamente metade da demanda global por esse produto;
- Aumento significativo de passivos relativos ao rompimento da barragem de Mariana (MG);
- Rápida valorização do real, que pode aumentar os custos caixa do minério de ferro medidos em dólares;
- Queda nos preços do níquel e cobre;
- Adições inesperadas de capacidade pelos concorrentes.
Além da Vale, a carteira de dividendos do Santander também conta com Banco do Brasil (BBAS3), Copel (CPLE6), Cury (CURY3), Eletrobras (ELET6), Itaú Unibanco (ITUB4), Petrobras (PETR3), Santos Brasil (STBP3), Telefônica (VIVT3) e Vibra (VBBR3).