A Vale (VALE3) divulgou na noite de segunda-feira (12) uma atualização a respeito do negócio de metais básicos.
De acordo com a nota enviada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Vale está estimando volumes de níquel para o médio prazo (2024-2026) entre 230 mil toneladas e 245 mil toneladas. No longo prazo, a partir de 2028, a expectativa da Vale é de até 300 mil toneladas.
Já as estimativas da mineradora para o volume de cobre no médio prazo (2024-26) ficaram entre 390 mil toneladas e 420 mil toneladas, e as projeções de longo prazo, após 2028, são de cerca de 900 mil toneladas.
“A unidade de Metais Básicos da Vale está bem posicionada para a transição energética global, com uma ampla base de ativos e recursos, produtos de baixo carbono de alta qualidade e robusto pipeline de projetos para promover crescimento”, diz o comunicado.
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Vale pode liberar R$ 80 bilhões em valor de mercado, diz BTG
A Vale (VALE3) tem muito o que explorar em sua divisão de metais básicos, podendo liberar até cerca de R$ 80 bilhões em valor de mercado, segundo BTG Pactual.
O time de analistas do BTG divulgou relatório com as estimativas após fazer visita a uma instalação da Vale em Sudbury, nos Estados Unidos.
No encontro com os analistas, foram divulgados dados sobre a divisão de metais básicos da Vale que animaram o BTG.
Segundo a casa, foram quatro os pontos levantados pela gerência da Vale para sustentar a tese de que a divisão atualmente se encontra subvalorizada, sendo eles:
- o potencial de longo prazo dos mercados de níquel e cobre;
- o bom posicionamento da base de ativos da Vale, que aproveitará novas tendências estruturais;
- o processo de turnaround em andamento na unidade;
- e o potencial de crescimento a partir de um robusto pipeline de projeto.
Considerando um Ebitda de US$ 4,5 bilhões e um múltiplo EV/Ebitda de 7x, o BTG estima o valor de US$ 31,5 bilhões para a divisão de metais básicos da Vale, com o potencial de liberação de cerca de US$ 15 bilhões em valor de mercado — o que corresponde a cerca de 25% do atual valor de mercado da Vale.
A gestão da companhia pretende transformar o segmento de metais básicos em uma plataforma de crescimento da empresa, com a divisão de minério de ferro definida para continuar sendo o carro-chefe da empresa.
Os analistas Leonardo Correa e Caio Greiner afirmam que, por um lado, a empresa precisará voltar suas despesas de capital em direção às suas iniciativas de crescimentos no segmento, mas, por outro, investidores deverão continuar exigindo dividendos da Vale.
“Fazendo da base negócio de metais um veículo dedicado, com gestão dedicada, além de governança adequada, a Vale poderá atender a ambas as necessidades”, afirmam.
O time do BTG Pactual ressalta que, mesmo que o alvo para o desbloqueio de valor de mercado para a companhia esteja definido, a estratégia ainda não está.
A casa estima que a administração da Vale deve apresentar um plano consolidada até o final do ano.