A Vale (VALE3) informou nesta segunda-feira (17) que retoma, “parcial e gradualmente”, parte de suas atividades em Minas Gerais, após as operações terem sido paralisadas desde o dia 10 de janeiro por conta do alto volume de chuvas que atingiu o Estado.
Por conta do impacto chuvas em Minas Gerais, a Vale projeta um impacto de aproximadamente 1,5 Mt na produção e compra de minério.
Segundo comunicado desta manhã (17), a Vale reforçou que “considera o impacto sazonal do período chuvoso em todas as operações e, portanto, reitera seu guidance de produção de minério de ferro de 320-335 Mt para 2022″.
De acordo com o texto, a circulação de trens na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), no Sistema Sudeste, foi retomada no trecho Rio Piracicaba – João Monlevade, permitindo a expedição gradual da produção de Brucutu e Mariana. Ou seja, a produção da Vale nesta região está de volta à normalidade.
Por outro lado, o ramal de Belo Horizonte, responsável pelo transporte de carga geral, encontra-se paralisado, sendo que a Vale “estuda alternativas logísticas para o retorno definitivo do ramal e para o escoamento da carga geral enquanto o ramal permanecer paralisado”.
Ainda no documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a mineradora destaca que no Sistema Sul, foram liberados alguns acessos rodoviários e viabilizados outros alternativos, permitindo a circulação de empregados/terceiros às minas do Sistema, e consequentemente, os trabalhos de adequação da infraestrutura das frentes de lavra das minas.
“Vários trechos da MRS Logística tiveram sua circulação de trens liberada e com previsão de liberação de novos trechos ao longo da semana. Desta forma, foram retomadas, nos últimos dias e de forma gradual, as usinas de Abóboras, Vargem Grande, Fábrica e Viga, que representam cerca de metade da capacidade atual do Sistema Sul”, consta no documento,
Fora os pontos citados, as outras usinas devem ser retomadas ainda nos próximos dias, segundo a Vale. A companhia frisa que deve trabalhar com o “reestabelecimento das condições operacionais adequadas e normalização das circulações de trens”.
Vale segue com protocolos de segurança
Além das mudanças de produção, a mineradora destaca duas alterações nas condições de segurança de duas estruturas, associadas às fortes chuvas de MG:
- Barragem Área IX: elevação do protocolo de emergência de nível 1 para nível 2, após alterações piezométricas na ombreira direita da estrutura. A estrutura está desativada e é contemplada no Programa de Descaracterização de Barragens a Montante da Vale
- Dique Elefante: início do protocolo de emergência em nível 1, após erosão na ombreira direita da estrutura, sem o comprometimento de sua estabilidade global. O dique de contenção de sedimentos está em descaracterização.
Seguindo os comunicados dos dias anteriores, a mineradora desta que “permanece com a gestão e o monitoramento contínuo de suas barragens e estruturas geotécnicas”.
Além disso, frisa que já iniciou estudos e ações corretivas em ambos os casos.
“Não há a ocupação permanente de pessoas nas Zonas de Autossalvamento correspondentes e não se faz necessária evacuação adicional”, diz a Vale.
Outras Paralisações em MG
Além da Vale, outras companhias paralisaram suas operações em território minério por conta das chuvas e demais desastres naturais. Dentre elas estão a Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3), CSN Mineração (CMIN3), Vallourec e a controlada de mineração da Usiminas (USIM5).
A paralisação de todas as citadas se deu no dia 10 de janeiro, conforme reportado pelo Suno Notícias.
Cotação de VALE3
As ações da Vale estão atualmente cotadas a R$ 84,69, segundo cotação do fechamento do pregão de sexta (14). Na semana, a companhia teve uma alta de 2,6%.
Desde o início de 2022, a Vale já soma 8,5% de valorização nos papéis, contudo, em 12 meses há queda de 10%, considerando os R$ 94 de cotação em meados de janeiro de 2021.