Vale (VALE3): com minério mais fraco, resultados do 1T24 vieram em linhas com expectativas, dizem analistas; ações caem no Ibovespa

Em relatórios após a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2024 da Vale (VALE3), analistas de diversas casas pontuaram que os números vieram em linhas com suas expectativas, acompanhando um trimestre mais fraco para o minério. As ações da mineradora caem no Ibovespa nesta quinta-feira (25).

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No intradia, as ações VALE3 caíam 1,70% no Ibovespa, cotadas a R$ 62,48.

Cotação VALE3

Gráfico gerado em: 25/04/2024
5 Dias

No 1T24, a Vale teve um lucro líquido atribuído aos acionistas de US$ 1,679 bilhão — 9% menor do que o registrado no primeiro trimestre de 2023 e abaixo do consenso de mercado (de US$ 1,83 bi).

Para a XP (XPBR31), os resultados da Vale no 1T24 vieram em linha com expectativas. O banco enxerga os números fracos do período desproporcionalmente afetados por ventos contrários relacionados ao cenário macro – com a queda dos preços do minério de ferro ao longo do 1T levando a uma realização de preço mais fraca do que o normal e a valorização do real tendo um efeito negativo nos custos – ambos já apresentando melhorias no 2T.

“Com os preços do ferro de volta ao nível de US$ 110-115/t e o dólar saltando para ~R$ 5,15, esperamos que os resultados melhorem gradualmente nos próximos trimestres”, escreveram os analistas Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano.

“Além disso, acreditamos que os atuais níveis de preços do minério de ferro implicam espaço para um valor atrativo de dividendos no 2S24, com a assimetria positiva entre ação x commodities que vemos para a Vale proporcionando uma margem de segurança, em nossa opinião, reforçando nossa postura positiva em relação ao nome”, acrescentaram.

A XP reiterou sua recomendação de ‘compra’ para as ações VALE3, sem informar o preço-alvo.

Esperamos que a pressão sobre os preços do minério seja limitada, diz Goldman Sachs sobre Vale

Também em relatório, o Goldman Sachs destacou que o Ebitda da Vale no 1T24, de US$ 3,3 bilhões, ficou 7% abaixo do consenso do banco e 6% abaixo do consenso Bloomberg. Em contrapartida, diz a casa, o Ebitda de metais básicos foi superior às suas estimativas devido a custos menores.

No geral, após a divulgação do balanço da Vale, o Goldman observou que a exposição dos investidores ao minério de ferro e à Vale tem sido muito baixa, principalmente devido a uma combinação de incerteza em torno da demanda de aço da China em 2024, mas também devido à preferência pela exposição ao cobre.

“Embora existam incertezas relacionadas às notícias sobre um acordo final de reparações da Samarco, a renovação de suas concessões ferroviárias, a suspensão das licenças de operação de mineração de Onça Puma/Sossego e o processo de sucessão do CEO, esperamos que a pressão sobre os preços do minério de ferro seja limitada”, ressaltam os analistas Márcio Farid, Gabriel Simões e Henrique Marques.

O Goldman tem recomendação de ‘compra’ para as ações da mineradora, com preço-alvo a US$ 16,20.

BTG sobre Vale: dividendos extraordinários são improváveis este ano

Por sua vez, o BTG Pactual avaliou que a Vale reportou um conjunto de resultados em linha com suas expectativas, correspondendo amplamente às estimativas de consenso e mostrando algum progresso em sua unidade de minério de ferro.

Segundo o banco, a mineradora ainda enfrenta alguns obstáculos, como falta de visibilidade sobre o valor total das provisões (principalmente Samarco), além do fraco desempenho em sua unidade de metais básicos, por exemplo.

“Ainda mantemos nossa classificação ‘neutra’ por enquanto, pois preferimos esperar por mais visibilidade nas principais fontes de saliências (por exemplo, sucessão do CEO, provisões). Ainda acreditamos que dividendos extraordinários são improváveis este ano”, pontuaram os analistas Leonardo Correa e Caio Greiner. O BTG tem preço-alvo a US$ 16,00 para as ações de Vale.

Genial: números da Vale vieram dentro das expectativas

Em relatório, a Genial afirmou que os números da Vale no 1T24 vieram majoritariamente dentro das expectativas em todas as linhas do P&L (receita, ebitda e lucro líquido). Para a corretora, a principal dinâmica do resultado, na verdade, não possui correlação com o trimestre e sim com a divulgação do novo guidance de provisionamento.

“O lucro líquido aparentemente não foi afetado pelo ritmo de provisão para o acidente de Mariana (MG), divergindo do que incialmente esperávamos. Por outro lado, as operações de níquel sofrerem mais do que o previsto, principalmente em custos”, escrevem os analistas Igor Guedes, Lucas Bonventi e Rafael Chamadoira.

A Genial tem recomendação de ‘compra’ para as ações de Vale, com preço-alvo a R$ 72,30.

Itaú BBA sobre Vale: fluxo de caixa livre foi o destaque do trimestre

O Itaú BBA avalia que o Ebitda ajustado da Vale, de US$ 3,3 bilhões, queda de 11% na base anual, veio 9% abaixo da projeção e 3% abaixo do consenso de mercado.

“A perda em relação à nossa estimativa deveu-se, principalmente, a um desempenho de custos pior que o esperado no trimestre. Preços realizados mais baixos e custos mais elevados mais do que compensaram a melhoria nos volumes na comparação anual”, reforçam os analistas.

Para o banco, o destaque positivo do trimestre foi o fluxo de caixa livre da Vale, de US$ 2 bilhões. A Vale desembolsou US$ 2,6 bilhões em dividendos/recompras, levando ao aumento da dívida líquida ampliada ligeiramente para US$ 16,4 bilhões no 1T24, aponta o Itaú.

O Itaú BBA tem recomendação ‘outperform’ para as ações de Vale, com preço-alvo a US$ 14,00.

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Giovanni Porfírio Jacomino

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