A Vale (VALE3) respondeu através de uma carta um grupo de acionistas que, no final de semana, criticou a cultura corporativa da mineradora e a lista de candidatos proposta por ela para compor o próximo conselho de administração. [Baixe agora o relatório gratuito de VALE3]
No documento, divulgado na madrugada desta terça-feira (16), a Vale relembra alguma das suas iniciativas dos últimos anos que, para a empresa, reforçam o seu compromisso com uma boa governança. A empresa defende também a sua recente indicação ao conselho de administração, que foi o principal ponto atacado pelo grupo, composto por nomes como a Argucia, o Dust FI, a Geração Futuro e o Sparta, todos investidores da Vale de longa data.
Segundo a Vale, o comitê responsável pelas indicações levou em conta uma matriz de competências e teve auxílio do Boston Consulting Group, dando atenção para à diversidade de gênero e de culturas.
“O resultado desses trabalhos foi, no entendimento do Comitê de Nomeação, uma lista de candidatos com qualificações e experiências balanceadas, diversificadas e complementares, adequadas à estratégia de negócios da Vale e de suas necessidades no futuro”, afirma a Vale no documento.
Ainda segundo a mineradora, oito dos doze candidatos foram considerados pelo comitê e pelo conselho como “materialmente independentes”, atendendo os parâmetros do Novo Mercado da B3 (B3SA3). Os sete membros reconduzidos, foram, segundo a Vale, considerados pelo comitê importantes para trazer a continuidade dos negócios e manter as iniciativas em andamento em Brumadinho.
Este foi o principal ponto da carta dos acionistas: uma crítica à pouca renovação da mesa e à manutenção de nomes que já participavam do conselho na época das tragédias de Mariana e de Brumadinho. Vários dos nomes considerados “independentes” pelo comitê, segundo o grupo de acionistas, figuravam, até pouco tempo atrás, o acordo de acionistas da mineradora.
Vale afirma estar tomando decisões para melhorar governança
Segundo a mineradora, o comitê de nomeação propôs uma série de mudanças à formação do conselho, todas aceitas em assembleia geral, com 98% dos votos.
Entre as alterações, que mostram a iniciativa da empresa em formar uma boa governança, estão a flexibilidade na formação do conselho, com, agora, no mínimo 11 e no máximo 13 membros, a maior participação de conselheiros independentes, estes escolhidos com maiores critérios, e a eleição de presidente e vice-presidente do conselho através de assembleia geral.
Além disso, a Vale relembrou outras iniciativas que reforçam o seu compromisso. Entre os pontos citados pela mineradora, está a conversão de ações preferenciais em ordinárias, a inclusão de dois membros independentes no conselho, a migração para o Novo Mercado da B3 (B3SA3) e a criação de um comitê de auditoria estatutário, coordenado por um conselheiro independente.
A Vale afirma ainda que aperfeiçoou, e continua aperfeiçoando, sua estrutura de controle interno e suas políticas internas, além de estar adotando praticas para facilitar a participação de todos os acionistas nas assembleias gerais.
A Vale não mencionou, em sua carta, as críticas dos acionistas relativas à polêmica proposta, feita pela empresa, de adoção do voto negativo nas eleições para o board. Esta foi criticado pelos principais proxy advisors e declarada como ilegal pela área técnica da Comissão de Valores Mobiliário (CVM).
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