Com renúncia no conselho, Vale (VALE3) fica ‘fora das regras’; entenda

A Vale (VALE3) comunicou ao mercado na segunda (1º) que uma dos membros do seu Conselho de Administração renunciou. Vera Maria Inkster atuava como conselheira independente e, com isso, a mineradora deixa de cumprir uma regra prevista em seu estatuto social, ao menos por ora.

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Isso porque o estatuto da Vale prevê que a companhia tenha no mínimo sete conselheiros independentes. Com a saída de Marie, a companhia ficou com somente seis membros do Conselho de Administração independentes.

Ficando ‘fora da regra’ prevista no estatuto, a empresa declarou que seu conselho irá deliberar, em uma assembleia geral, sobre a recomposição do colegiado.

Não há, por ora, sinais de um impacto no curto prazo para companhia por ela estar com uma quantia abaixo do mínimo obrigatório de conselheiros independentes.

Além disso, é importante ressaltar que mais cedo nesse ano um conselheiro da companhia também renunciou – e até então não foi reposto.

José Luciano Duarte Penido deixou o cargo em meados de março, alegando “nefasta influência política” na empresa.

A renúncia gerou ruídos por conta dessas palavras, que constam em uma carta escrita por Penido.

“Apesar de respeitar decisões colegiadas, em minha opinião o atual processo sucessório do CEO da Vale vem sendo conduzido de forma manipulada, não atende ao melhor interesse da empresa, e sofre evidente e nefasta influência política”, diz o documento.

Sobre a renúncia de Vera Maria Inkster, ainda não há declarações oficiais acerca dos motivos que levaram à sua renúncia. Contudo, segundo informações de bastidores do Brazil Journal, a decisão se deu por conta de casos de agressão verbal dentro do Conselho de Administração.

Segundo o veículo, membros do Conselho da Vale alinhados ao Governo teriam agredido-a verbalmente – o que motivou sua saída.

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Quem está no Conselho de Administração da Vale

Um conselheiro independente não é nada mais nada menos do que um membro do Conselho de Administração que não possui vínculo com a empresa ou com um acionista da mesma para além do seu mandato.

No Conselho de Administração da Vale atuam como independentes, por exemplo, o ex-governador do Espírito Santo, Paulo Hartung. Também está no colegiado, de forma independente, Manuel Iliveira (Ollie), que atua em diversos conselhos internacionais na área industrial e soma mais de 35 anos de experiência em finanças corporativas e estratégia, principalmente no setor de mineração.

Como conselheiros vinculados à empresa e acionistas, por sua vez, estão por exemplo João Luiz Fukunaga, que é presidente do fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (BBAS3), a Previ.

Atualmente a Previ é o maior acionista individual de VALE3, possuindo uma fatia de US$ 5,3 bilhões na mineradora – representando 8,7% do capital social da empresa.

Aliás, é por meio da Previ que o Governo Federal exerce sua influência na Vale. Apesar de privatizada há décadas, existem conselheiros relativamente alinhados com o Governo – motivo pelo qual o nome de Guido Mantega foi ventilado para integrar o colegiado no início de 2024.

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Eduardo Vargas

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