A produção de minério de ferro da Vale (VALE3) totalizou 74,1 milhões de toneladas no segundo trimestre de 2022 (2T22), o equivalente a uma queda de 1,2% na comparação anual e alta de 17,4% ante o 1T22, de acordo com relatório divulgado nesta terça-feira (19).
A Vale também informou que a comercialização do minério foi de 64,3 milhões de toneladas no 2T22, diminuição de 2,3% ante o mesmo período de 2021 – porém, com aumento de 22,9% sobre o trimestre imediatamente anterior.
De acordo com o relatório da Vale, os resultados da produção vieram “pelo sólido desempenho dos Sistemas Sudeste e Sul no período seco”. Além disso, ressaltou que a produção do Sistema Norte aumentou 4% contra o primeiro trimestre deste ano, “beneficiando-se da sazonalidade climática usual, que foi parcialmente compensada por atividades pontuais de homogeneização de estoques em Ponta da Madeira para ajustar níveis de umidade.”
Devido ao efeito pontual e a venda do Sistema Centro-Oeste, a Vale revisou o guidance para baixo para 2022, com expectativa de produção de 310 a 320 milhões de toneladas de minério de ferro. Originalmente, a projeção era de 320-335 milhões de toneladas. “A estimativa revisada está em linha com nossa filosofia de value
over volume“, diz o texto.
Produção e venda: queda nas vendas de pelotas e baixa na produção de níquel
As vendas de finos de minério de ferro e pelotas totalizaram 73,2 Mt, queda de 0,5% contra a base anual e alta de 23,3% sobre o trimestre imediatamente anterior.
Segundo a Vale, o prêmio foi de US$ 7,3 por tonelada, abaixo dos US$ 9,1 vistos no primeiro trimestre de 2022.
“Os maiores prêmios de pelotas foram compensados pelas vendas de minérios de alta sílica. Minérios de alta sílica podem ser blendados ao BRBF, concentrados na China ou vendidos separadamente. A Vale vendeu um percentual maior de minérios de alta sílica separadamente para antecipar vendas e se beneficiar dos preços de mercado mais altos no 2T22 para esses produtos. A flexibilidade do supply chain nos permite ajustar a estratégia de vendas de acordo com as condições de mercado”, aponta o relatório.
A produção de pelotas da Vale foi de 8,6 milhões no 2T22, 8,3% superior à mesma época do ano passado. Já as vendas das pelotas somaram 8,8 milhões no período de abril a junho de 2022, 25,2% ante o 1T22.
Já a produção de níquel caiu 5,4% na comparação ano a ano, e somou 45,8 mil toneladas no 1T22. Ao mesmo tempo, a venda de níquel caiu 18,8%, para 39,0 mil toneladas.
A produção de nível proveniente de Sudbury, no Canadá, foi 10,5% inferior ao segundo trimestre do ano passado devido, principalmente, à parada de 28 dias de manutenção planejada do Smelter e Refinaria de Copper Cliff, iniciada no início de abril. Esta alcançou a produção total novamente em junho.
Além disso, a Vale destaca que o run-rate das minas de Ontário obteve melhora durante o segundo trimestre permitindo a formação de estoque para cobrir a manutenção planejada das minas subterrâneas e da usina de Clarabelle no terceiro trimestre.
Por fim, a produção de cobre foi de 55,9 mil toneladas no 2T22, baixa de 1,2% na comparação anual. Já a venda do cobre foi de 51,5 mil toneladas no mesmo período, 2,4% maior do que mesmo período do ano passado.
Resultados “desapontam” especialistas
A Ativa Investimentos afirma que os números divulgados pela Vale para o 2T22 desapontaram as previsões da equipe de Resarch. “Ainda assim, acreditamos que grande parte dos efeitos que culminaram no registro destes já estejam absorvidos em seus múltiplos atuais”, disseram. Ainda, o ajuste do guidance da companhia era esperado para a Ativa, “mas que o faria em momento mais distante no 2S22”.
“O fato de antecipar a sua redução, todavia, não impressiona, uma vez que seria complicado Vale acelerar seu ritmo produtivo ao longo do 2S22 em meio à conjuntura atual. De maneira sintetizada, temos uma percepção negativa dos dados divulgados, mas acreditamos numa recepção moderada dos mesmos por parte do mercado”, finalizaram.
Cotação da VALE3
A ação da Vale (VALE3) encerrou o pregão de hoje com alta de 0,22%, valendo R$ 68,88 antes da divulgação do relatório. No acumulado do ano, os ativos da empresa perdem 11,69%.