Após a Vale (VALE3) informar que está considerando os termos finais do acordo sobre o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, diversas casas de análise emitiram relatórios sobre o tema. O Bank of America foi uma delas, e demonstrou uma visão pouco otimista.
A casa diz reconhecer que a história de recuperação da Vale tem potenciais catalisadores de curto prazo que devem dar suporte às ações VALE3, referindo-se ao forte desempenho operacional, a definição do novo CEO e o avanço nas negociações por Mariana.
No entanto, a equipe de estratégia de commodities do BofA continua cautelosa em relação ao minério de ferro. Se os preços voltarem para US$ 90 por tonelada até 2025, em linha com o previsto, a casa estima rendimentos de fluxo de caixa livre reduzidos para a Vale no ano que vem.
“A US$ 90/tonelada, estimamos que a Vale entregará um rendimento de fluxo de caixa livre de 2%, incorporando as obrigações de Brumadinho, Samarco e descaracterização, que de acordo com a orientação somam cerca de US$3 bilhões”, diz o relatório.
Além disso, destaca o BofA, esse valor de US$ 3 bilhões não inclui eventuais aumentos nas obrigações decorrentes de um acordo final sobre a Samarco.
“Embora possa haver sobreposição significativa entre o caso da Samarco no Brasil e os julgamentos no Reino Unido e nos Países Baixos, ainda vemos um peso sobre as ações até que esses dois processos internacionais sejam resolvidos”, escreve o Bank of America.
Por volta das 14h35 desta segunda-feira (21), as ações da Vale (VALE3) operavam próximas à estabilidade no Ibovespa, com queda de 0,05% a R$ 60,52.
Apesar do avanço reportado pela empresa nessa importante negociação, o desempenho dos papéis nesta segunda-feira pode estar refletindo esse “peso” citado pelo Bank of America, em detrimento da redução de outras incertezas que ainda pairavam sobre a Vale.