Vale (VALE3) reduz estimativa da produção de minério de ferro para 2021

A Vale (VALE3) divulgou nesta segunda-feira (29) uma atualização de suas estimativas de produção para este e os próximos anos. A mineradora espera que sua produção de minério de ferro totalize 315 a 320 milhões de toneladas em 2021. A previsão representa uma redução quando comparada à estimativa anterior, em 3 de novembro de 315 a 335 milhões de toneladas. Para 2022 o guidance da produção de minério ficou entre e 320 a 335 milhões de toneladas. o que representa aumento.

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Em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a companhia informa que descontinuou as projeções anteriores, exceto os valores de produção de níquel, cobre e investimentos (até US$ 5,4 bilhões) para 2021. Em investimentos, a Vale tem projeção de capex de US$ 5,8 bilhões em 2022 e de US$ 5 bilhões a US$ 6 bilhões na média dos próximos anos.

A projeção do cobre é de 330 a 355 kt em 2022. O valor sobe para 390 kt a 420 kt entre 2023 2026 e se estabelece acima de 450 kt após 2027. Já o níquel deve ficar entre 175 e 190 kt em 2022 a 2023 e ultrapassar 200 kt após 2024.

A estimativa para a produção de Pelotas em 2022 ficou entre 34 e 28 Mt..

A produção de níquel deve atingir 175 a 190 mil toneladas em 2022 e 2023. Após 2024, a produção de nível deve ficar em 200 mil toneladas. Já a produção de cobre deve ficar entre 330 a 355 milhões de toneladas em 2022 e entre 2023 e 2026 entre 390 milhões/toneladas a 420 milhões/toneladas. Após 2027, a produção de cobre deve ser mais de 450 milhões de toneladas. Segundo a companhia, a produção de pelotas deve ser de 34 a 38 mil toneladas em 2022; após o ano que vem a produção de pelotas deve ficar em 50 mil toneladas por ano.

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Segundo o documento enviado pela companhia, as previsões levam a um EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) esperado em 2023 variando entre US$ 16,5 bilhões e US$ 24 bilhões, dependendo das seguintes premissas:

  • média anual do preço do minério de ferro, variando de US$ 80/t a US$ 100/t;
  • volume de vendas de minério de ferro variando entre 340 Mt e 360 Mt
  • preço médio de cobre LME de US$ 10.000/t,
  • preço médio de níquel LME US$ 17.500/t
  • taxa de câmbio média anual Real/Dólar de 5 (2023)

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Presidente da Vale: minério vive ‘ruído de curto prazo’ na China, mas deve se equilibrar

O presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, disse em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que o mercado de minério de ferro vive um “ruído de curto prazo” na China, mas que deve ficar “mais ou menos equilibrado” a partir do segundo trimestre do ano que vem, após a realização dos Jogos Olímpicos de Pequim, marcados para fevereiro de 2022.

O executivo lembrou que a China começou o ano com crescimento econômico acelerado. Dados do Escritório Nacional de Estatística da China indicaram um avanço de 18,3% do Produto Interno Bruto (PIB) chinês no primeiro trimestre de 2021 ante igual período de 2020, o ritmo mais acelerado desde o início da série histórica disponível.

“A China deliberadamente segurou o crescimento para não superaquecer a economia, para bater meta de energia e de controle de poluição. Acho que o mercado vai continuar assim até a Olimpíada”, disse Bartolomeo. “Não vemos a China com crescimento negativo no ano que vem, produzindo menos de 1 bilhão de toneladas de aço em 2022. Seria um pouso forçado que a gente não vê”.

Na sexta-feira, o minério com teor de 62% de ferro era negociado a US$ 96,67 no porto de Qingdao, na China. O valor é menos da metade dos US$ 237,57 que chegou a valer no porto chinês em maio deste ano, quando atingiu suas máximas históricas.

O presidente da Vale disse que o gigante asiático quer levar para centros urbanos mais de 400 milhões de pessoas, o que vai demandar investimentos em infraestrutura, aço e, consequentemente, minério. Para ele, Pequim também tem condições de criar, quando desejar, programas de afrouxamento monetário (quantitative easing, em inglês).

“Para a China, a estabilidade é fundamental. Eles não queriam um superaquecimento neste ano agora. Chegaram a produzir aço, em ritmo anualizado, de 1,2 bilhão de toneladas. Então, é um ruído de curto prazo, que achamos que vai passar”, afirmou Bartolomeo, que está em Nova York para o Vale Day, encontro da empresa com analistas na Bolsa de Nova York.

Ele disse que o mercado passou por um momento de menor demanda, mas também de menor oferta, por causa do período de chuvas na Austrália e no Brasil. O executivo acrescentou que o restante do mundo segue crescendo, como a Índia, o Brasil e os Estados Unidos, citando o projeto de infraestrutura de US$ 1 trilhão sancionado pelo presidente dos EUA, Joe Biden.

Para o executivo, o grande ano da Vale será 2023, quando a companhia terá retomado uma série de operações de minério, com mais barragens descaracterizadas e uma melhor cultura de transformação. Bartolomeo acredita que a companhia tem conseguido avançar na agenda adotada após Brumadinho. “É algo contínuo, não termina nunca, mas a parte mais complexa, mais dura, acreditamos que passamos”, disse o executivo.

Vale anuncia meta para combater a extrema pobreza

A Vale quer retirar da situação de extrema pobreza cerca de 500 mil pessoas que vivem na área de abrangência de suas operações no Brasil e no mundo até 2030. Essa é uma das três metas definidas pela mineradora dentro de sua ambição social, transmitidas nesta segunda-feira, no encontro anual com investidores, realizado presencialmente na Bolsa de Nova York (NYSE).

Outras duas metas divulgadas pela companhia foram ajudar as 13 comunidades indígenas vizinhas às operações da Vale a terem melhor acesso aos seus próprios direitos previstos na Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas; e figurar entre as três empresas do setor mais bem posicionadas nos requisitos sociais em avaliações externas – como os índices Dow Jones e o MSCI, por exemplo.

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“Queremos ser parceiros e contribuir para a autonomia das comunidades em que operamos. Queremos que deixem de ser dependentes da mineração, que é uma operação transitória”, disse ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, acrescentando que a Vale pretende investir cerca de US$ 200 milhões (pouco mais de US$ 1 bilhão) até 2030 para dar a tração inicial ao projeto de redução de pobreza.

Bartolomeo explicou que a Vale mapeou cerca de 1,9 milhão de pessoas em situação de pobreza extrema no entorno de suas operações no Brasil, ou seja, vivendo com menos de US$ 1,90 de renda domiciliar per capita por dia. O Brasil será o foco inicial da Vale em 2022, expandindo essa ambição social para outros países em 2023. A empresa tem operações em outros países considerados pobres, como Moçambique, por exemplo.

(Com informações da Agência Estado)

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Bruno Galvão

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